O deputado André Figueiredo (PDT-CE), afirmou que, em conjunto com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), seria interessante para o governo “rediscutir leilões” na área de tecnologia para “ampliar a utilização” de ferramentas como o 5G e “repartir” as concessões com outras empresas.
Apesar de levantar a possibilidade, Figueiredo, que foi ministro das Comunicações em 2015 no governo Dilma Rousseff, disse ao Poder360 que não há nenhum planejamento do governo acerca do tema e que as discussões precisariam passar por um “longo processo”. Ele deu a declaração durante seu discurso no evento de comemoração de 25 anos da Huawei nesta 3ª feira (5.set.2023).
Na cerimônia, a gigante chinesa deu enfoque ao tema “nação digital”, pauta desenvolvida pela empresa para a elaboração de um governo digitalizado.
Um dos leilões mais recentes da União que envolveram empresas de telecom foi o do 5G, em 2021. Na época, era prevista a construção de uma rede exclusiva para a comunicação do governo federal e de integrantes do Judiciário e Legislativo.
A chinesa, que chegou a ser ameaçada de banimento do leilão do 5G, não participou do processo porque ele era destinado a operadoras de telefonia. A Huawei fornece equipamentos de infraestrutura.
Ao Poder360, o conselheiro da Anatel, Moisés Moreira, afirmou que o Brasil está implantando “somente agora o 5G” e que tecnologias mais avançadas, como o 6G, precisarão de “mais espectro” para avançar. Moreira também negou que haja, por parte da Anatel, discussões sobre a abertura de novos leilões em breve.
“Não é uma coisa impossível [abrir a licitação]. Vai acontecer, mas não agora”, afirmou Moreira. “A Anatel tem acompanhado esses avanços, tem discutido quais frequências poderiam ser disponibilizadas no futuro, como o 5.5G”.
Para Figueiredo, a necessidade de expansão tecnológica no Brasil dará maior igualdade de oportunidades à população, principalmente na área de educação. Ele defende que o processo seja feito em parceria entre o setor público e a iniciativa privada.
A ideia dessa parceria também foi defendida por Paulo Pereira, secretário do Conselhão e representante da Secretaria das Relações Institucionais no evento. Para ele, a Huawei, empresa que integra o grupo, tem um “papel central” na estratégia do governo brasileiro para a tecnologia.
HUAWEI 25 ANOS
O evento “Huawei 25 Anos”, realizado em Brasília nesta 3 feira (5.set), foi fechado para convidados, sem transmissão. A programação foi composta por falas de representantes da empresa, ministros de Estado e autoridades dos setores de energia e comunicação brasileiros.
Fundada em 1987, a Huawei é uma fornecedora global de soluções de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) e dispositivos inteligentes. A empresa chegou ao Brasil em 1998 e, atualmente, tem escritórios em São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Curitiba (PR) e Recife (PE). Além de 1 centro de distribuição em Sorocaba (SP) e 2 unidades fabris em Jundiaí (SP) e Manaus (AM).
Em território brasileiro, a organização oferece infraestrutura de telecomunicações às operadoras, soluções de TIC para o mercado corporativo, serviços de armazenamento e segurança para os negócios e produção.