A desembargadora Cláudia Cristina Cristofani, do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), é a próxima a votar no julgamento que pode levar à cassação do senador Sergio Moro (União). Ela pediu vista (mais tempo para análise) e adiou o desfecho da votação, empatada em 1 a 1. A participação da magistrada chegou a ser questionada, depois que resgataram uma foto dela ao lado do ex-juiz da Operação Lava Jato, mas o TRE bateu o martelo: não há causa para suspeição ou impedimento.
Segundo a desembargadora, a fotografia em questão tem mais de 30 anos. Ela também negou ser próxima de Sergio Moro.
Em nota, o Tribunal Regional Eleitoral confirmou que ela participará da votação. Também afirmou que a atuação de todos os seus membros é "transparente e comprometida com o Estado Democrático de Direito"."A desembargadora prestou ao TRE-PR o esclarecimento de que se trata de uma imagem antiga de magistrados que trabalhavam no mesmo prédio e que não possui relação de amizade com o investigado, ficando isenta das hipóteses de impedimento e suspeição estabelecidas em lei", informou o tribunal na nota.
As ações que pedem a cassação de Moro são movidas pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, e pela Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV), do presidente Lula. Se for condenado, o ex-juiz da Operação Lava Jato perde o mandato e pode ficar inelegível.
O Ministério Público Eleitoral (MPE) é a favor da cassação por abuso de poder econômico nas eleições de 2022. O órgão afirma que os gastos na pré-campanha excederam o limite razoável. Inicialmente, o ex-juiz pretendia sair candidato a presidente. Para o MP, os investimentos desequilibraram a disputa ao Senado, depois que Moro decidiu mudar a estratégia e concorrer a senador.
Até o momento, há um voto contra a cassação, do desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza, relator das ações, e um voto a favor, do desembargador José Rodrigo Sade. A votação será retomada na próxima segunda-feira, 8.