Confirmado na manhã desta sexta-feira pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, o ex-governador do Maranhão e senador eleito Flávio Dino (PSD-MA) fez um aceno às forças de segurança e já adiantou a indicação do delegado Andrei Augusto Passos Rodrigues para o comando da Polícia Federal no novo governo.
Dino destacou a experiência de Rodrigues no contato com Estados e municípios por ter sido secretário de segurança de grandes eventos durante a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
"Levamos em conta a necessidade de restauração da plena autoridade e da legalidade nas polícias, a sua experiência comprovada inclusive na Amazônia brasileira, uma área estratégica para esse governo. Ele já demonstrou a capacidade de liderar contingentes e fazer com que disciplina e hierarquia voltem como valores fundantes da PF", completou o futuro ministro.
Dino aproveitou para fazer um aceno às corporações. "Quero consignar aos policiais e suas famílias que na transição e no governo estaremos muito próximos dos policiais. Não há nenhuma razão para não haver amplo diálogo com profissionais da Segurança Pública", completou, no Centro Cultural Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) (CCBB), sede do governo de transição em Brasília.
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Flávio Dino declarou também que a intenção do governo eleito é que toda a equipe da Pasta seja anunciada antes do Natal. Apenas o nome do delegado Andrei Rodrigues foi anunciado para a direção-geral da Polícia Federal.
Dino declarou que a politização do Gabinete do Segurança Institucional (GSI), hoje nas mãos do general Augusto Heleno, vai cessar no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, e que a redução do armamento será uma prioridade na nova gestão. "Todos os clubes de tiro serão fechados? Não. É o fim dos abusos, do liberou geral", disse o novo ministro. "Vamos ajudar o presidente Lula a fazer um trabalho maravilhoso", acrescentou.
Lula confirmou que tinha a intenção de criar um ministério próprio para a Segurança Pública, mas destacou que caberá a Dino organizar primeiro a área juntamente com a Justiça. "Não podemos fazer de forma atabalhoada. Dino vai consertar o funcionamento do Ministério da Justiça e das polícias federais. Queremos que seja uma carreira de Estado, que policiais não fiquem dando show antes de investigar. Sabemos quanta gente se meteu na política de forma desnecessária", comentou.
O presidente eleito adiantou que tentará recriar o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), apesar de reconhecer que o resultado da primeira experiência não foi o desejado. "É preciso ter uma polícia bem formada e bem remunerada. Não podemos errar na Segurança Pública. Não é questão apenas de polícia, mas também da ausência do Estado nas comunidades", concluiu Lula.