BRASÍLIA (Reuters) - O deputado Eduardo Bolsonaro (SP) assumiu nesta segunda-feira a liderança do PSL na Câmara dos Deputados sem saber se uma nova lista de assinaturas de parlamentares da legenda será protocolada na tentativa de retirá-lo do posto recém-assumido, e logo depois de o deputado falar à imprensa, um novo documento foi apresentado à Secretaria-Geral da Casa.
Eduardo disse a jornalistas que, apesar de ter sido divulgado um vídeo do ex-líder Delegado Waldir (GO) afirmando que entrega a liderança, teve informações de que uma nova lista poderia estar sendo elaborado. O novo líder, filho do presidente da República Jair Bolsonaro, disse que está buscando colocar panos quentes na crise interna do partido.
Minutos depois da entrevista de Eduardo como novo líder do PSL, a Secretaria-Geral da Mesa confirmou que uma nova lista com assinaturas de deputados do PSL fora protocolada para, dessa vez, devolver o posto de líder do partido do presidente da República para Waldir.
Eduardo tornou-se líder com a assinatura de 28 deputados do PSL --a lista tinha 29 nomes, mas uma das assinaturas não foi reconhecida pela Secretaria-Geral. O órgão não informou imediatamente quantas assinaturas haviam na nova lista.
Caberá agora à Secretaria-Geral da Câmara analisar as assinaturas e, com base nisso, determinar se a lista para devolver a liderança a Waldir é válida.
A guerra de listas para determinar o líder do PSL se estende desde a semana passada, quando o grupo do partido ligado a Bolsonaro tentou, sem sucesso, destituir Waldir e colocar Eduardo na liderança. O grupo vinculado ao presidente da legenda, deputado Luciano Bivar (PE), contra-atacou com uma lista para manter Waldir no posto.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)