📈 Pronto para levar os investimentos a sério em 2025? Dê o primeiro passo com 50% de desconto no InvestingPro.Garanta a oferta

Entidades articulam maior geração de energia a partir de resíduos

Publicado 02.06.2020, 05:51
Atualizado 02.06.2020, 06:00
© Reuters.

Agência Brasil - Uma frente formada por quatro associações setoriais será lançada hoje (2) para buscar soluções destinadas à ampliação do aproveitamento energético dos resíduos sólidos no Brasil. Assinarão remotamente o Acordo de Cooperação para Recuperação Energética de Resíduos a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), a Associação Brasileira de Empresas Tratamento de Resíduos e Efluentes (Abetre), a Associação Brasileira do Biogás (ABiogás) e a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).

O avanço da geração de energia a partir dos resíduos depende da erradicação dos lixões e sua substituição por aterros sanitários, o que já deveria ter acontecido segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Cerca de 41% dos resíduos coletados no país ainda são destinados a instalações inadequadas, onde não é possível o aproveitamento para geração de energia. A frente defende o fechamento de 3 mil lixões e o investimento público e privado em aterros sanitários regionais, que atendam a municípios vizinhos.

Segundo a frente empresarial, as 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos produzidas anualmente pelo Brasil têm potencial para gerar energia elétrica suficiente para abastecer o estado de Pernambuco, o que representa 3% do consumo nacional de eletricidade. Grande parte desse potencial não é aproveitado porque 7 milhões de toneladas sequer são coletadas, e quase 30 milhões vão parar em lixões. Os dados são do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2018/2019, publicado pela Abrelpe. O diretor-presidente da associação, Carlos Silva Filho, explica que a frente vai buscar a superação de questões regulatórias e de compartilhamento de tecnologia, para aumentar a segurança jurídica e econômica do setor e permitir que ele cresça no pós-pandemia.

"É uma tendência que tem sido observada nos demais países, em que justamente os setores ambientais, de infraestrutura e saneamento serão os que vão puxar a retomada dos investimentos pós-pandemia".

Para o presidente da Abetre, Luiz Gonzaga, as dificuldades econômicas trazidas pela pandemia vão exigir maior participação do setor privado nos cerca de R$ 15 bilhões em investimentos que o setor vai requerer nos próximos 10 anos para promover a recuperação energética dos resíduos. Ele destaca que, além desse esforço, é preciso aprimorar a parte operacional dos aterros. "Aterros são equipamentos que duram 20 a 25 anos e, para isso, precisam de boa operação. Temos casos no Brasil em que o Poder Público construiu aterros, que, por falta de priorização de recursos, retornaram para a condição de lixões".

Cerca de metade desses resíduos sólidos urbanos é de lixo orgânico, o que também pode ser aproveitado para a produção de biogás. Segundo a ABiogás, 80% desse combustível no país já são produzidos em estações de tratamento de esgoto e aterros sanitários, apesar de apenas metade dos resíduos orgânicos terem esses aterros regulares como destino final.

O presidente da ABiogás, Alessandro Gardemann, avalia que o Brasil é o país do mundo com maior potencial para a produção do combustível, uma vez que, além dos resíduos urbanos, há os gerados pela agroindústria. No caso do biogás, ele vê o cenário regulatório já bem encaminhado para o momento posterior à crise. "Temos modelagem econômica comprovada,viabilidade financeira, financiamento disponível e a parte regulatória está pronta. A gente está maduro para colher esses frutos".

Signatária do acordo, a indústria do cimento busca aumentar a utilização dos resíduos para a geração da energia que alimenta os fornos de suas unidades. Com a ampliação, o consumo de coque, combustível fóssil, deve cair de 85% para 45%, reduzindo o custo e a emissão de CO2. Presidente da ABCP, Paulo Camillo Penna afirma que o setor já enfrenta um cenário de crise desde 2014 e acredita que investimentos em tecnologia podem atenuar os impactos das dificuldades econômicas.

"Não se trata de vantagens específicas de um ou outro setor, mas de uma geração de valor que vai beneficiar a sociedade", afirma ele, que prevê R$ 2 bilhões em investimentos nos próximos 10 anos para consumir o equivalente a 300 mil caminhões compactadores de lixo.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.