👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

Exército não celebra aniversário do golpe de 1964; veja como foram os últimos anos

Publicado 31.03.2023, 17:27
© Reuters.  Exército não celebra aniversário do golpe de 1964; veja como foram os últimos anos

O Exército Brasileiro retomou neste ano a prática de não divulgar a Ordem do Dia com nota alusiva ao 31 de março, data marcada pelo golpe de 1964, que deu início à ditadura militar no Brasil. A definição havia sido dada pelo novo comandante da Força, o general Tomás Paiva, que teria alegado que "o normal" seria não existir esse documento.

Em nota enviada ao Estadão, o Exército confirmou que não houve "comemoração ou ato oficial relativo ao 31 de março de 1964". A prática tinha sido inicialmente interrompida durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), mas foi retomada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em 2019, o então presidente determinou ao Ministério da Defesa que fizesse as "comemorações devidas" do golpe de 1964. Por quatro anos, então, o Exército Brasileiro passou a divulgar uma Ordem do Dia na data em questão, relembrando a ditadura a partir de dois vieses: de que o evento só pode ser compreendidos a partir do contexto da época e de que a função das Forças Armadas foi assumir a responsabilidade de pacificar o País com apoio da sociedade, dos empresários e da imprensa.

CONFIRA O HISTÓRICO:

2019

Assinada pelo então Ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e pelos três comandantes das Forças Armadas, a primeira Ordem do Dia do Exército no governo de Bolsonaro não classificava o regime militar como uma ditadura que se originou de um golpe de Estado. "As Forças Armadas participam da história da nossa gente, sempre alinhadas com as suas legítimas aspirações. O 31 de Março de 1964 foi um episódio simbólico dessa identificação", disse.

O texto ainda insere o golpe de 64 em um ambiente mundial de "avanço de ideologias totalitárias", cita o comunismo e o nazifascismo como "faces de uma mesma moeda" e defende que "contra esses radicalismos, o povo brasileiro teve que defender a democracia com seus cidadãos fardados". Em outro trecho, eles afirmam que o apoio popular incentivou a atitude dos militares. "As Forças Armadas, atendendo ao clamor da ampla maioria da população e da imprensa brasileira, assumiram o papel de estabilização daquele processo."

Por fim, a Ordem do Dia afirma que "as lições aprendidas com a história foram transformadas em ensinamentos para as novas gerações."

2020

No ano seguinte, a Ordem do Dia alusiva ao dia 31 emitida pelo Ministério da Defesa definiu o golpe militar como um "marco para a democracia" e justificou o episódio como uma reação do Brasil "às ameaças que se formavam àquela época". O documento repetiu a ideia já comentada em 2019 sobre avanço ideologias totalitárias. Em um outro trecho, como justificativa do golpe, a Ordem do Dia repete que ação dos militares teve apoio da sociedade brasileira, dos empresários e da imprensa.

A carta ainda diz que uma das consequências do golpe foi o Brasil ter alcançado a posição de oitava economia do mundo. "O Brasil evoluiu, tornou-se mais complexo, mais diversificado e com outros desafios. As instituições foram regeneradas e fortalecidas e assim estabeleceram limites apropriados à prática da democracia", disse.

O texto finaliza afirmando que o golpe de 1964 foi um marco para a democracia brasileira por ter evitado avanços de "sonhos utópicos com promessas de igualdades fáceis". "Os países que cederam às promessas de sonhos utópicos, ainda lutam para recuperar a liberdade, a prosperidade, as desigualdades e a civilidade que rege as nações livres."

2021

No terceiro ano do governo Bolsonaro, a Ordem do Dia alusiva ao dia 31 defendeu que a "liberdades democráticas que hoje desfrutamos" foram conquistadas a partir do momento em que as Forças Armadas assumiram "a responsabilidade de pacificar o País" por meio do golpe de 1964.

Assinado pelo general Braga Netto, o documento define a ditadura como uma "transição sólida, enriquecida com a maturidade do aprendizado coletivo" que fez o País multiplicar suas capacidades e mudar de estatura.

A diferença dos documentos anteriores foi que, em 2021, o Ministério da Defesa adicionou lideranças políticas e igrejas como apoiadores do golpe junto com a imprensa, o segmento empresarial e outros setores da sociedade.

2022

Em ano eleitoral, a Ordem do Dia alusiva ao dia 31 de março classificou a ditadura como um "marco histórico da evolução política brasileira, pois refletiu os anseios e as aspirações da população da época" e defendeu a necessidade de ter "isenção e honestidade de propósito" para analisar e compreender o episódio.

Em comparação com o texto do ano anterior, o novo documento ainda adiciona mais apoiadores do golpe: as famílias, políticos e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). "Aliaram-se, reagiram e mobilizaram-se nas ruas, para restabelecer a ordem e para impedir que um regime totalitário fosse implantado no Brasil, por grupos que propagavam promessas falaciosas, que, depois, fracassou em várias partes do mundo", disse. Para se justificar, a Ordem diz que os fatos podem ser comprovados com a cobertura jornalística da época.

Em outro trecho, o ministério defende que os resultados desse episódio foram um "legado de paz, de liberdade e de democracia' que devem ser reconhecido.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.