São Paulo - O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello admitiu que votará no presidente Jair Bolsonaro caso ele venha a enfrentar o petista Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar dos embates do atual presidente da República com o Tribunal do qual já foi integrante, Marco Aurélio alegou que não reconhece como alternância de poder a volta de Lula ao cargo de chefe do Executivo.
"Não imagino uma alternância para ter como presidente da República aquele que já foi durante oito anos presidente e praticamente deu as cartas durante seis anos no governo Dilma Rousseff. Penso que potencializaria o que se mostrou no governo atual e votaria no presidente Bolsonaro, muito embora não seja bolsonarista", disse, rindo, em entrevista ao site UOL.
Marco Aurélio afirmou ainda que, no primeiro turno, gostaria de votar no candidato que estiver em terceiro lugar por não ser afeito à polarizações. Elogiou a candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS), mas afirmou que não teria problema em votar em Ciro Gomes (PDT), caso seja ele o terceiro colocado. "Reconheço que ninguém conhece mais o Brasil do que Ciro Gomes. Eles, às vezes, é um pouco açodado na fala, mas, paciência, creio que é um bom perfil".
O ex-ministro disse que em palestra na Universidade de Coimbra em 2017 chegou a falar que temia pelo futuro do Brasil caso Bolsonaro vencesse, lembrando que ele tinha feito carreira política desrespeitando minorias. Mas não viu problema em, agora, votar nele para a reeleição na disputa contra Lula. Marco Aurélio tentou demostrar que tem boa relação com o petista e lembrou que guarda em casa uma caricatura autografada por Lula.
Marco Aurélio se aposentou em julho do ano passado. Para a vaga dele, Bolsonaro nomeou o ministro André Mendonça.