Por Bernardo Caram
BRASÍLIA (Reuters) - Pessoas ficam “falando de picanha e cerveja” e não têm noção do que houve com o Brasil no passado, com dados negativos de educação e crescimento, disse nesta quarta-feira o ministro da Economia, Paulo Guedes, sem mencionar diretamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, argumentando que “tem gente sonhando em voltar com a mediocridade”.
“Ficam aí falando agora de picanha e cerveja, não têm noção do que aconteceu, último lugar no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), crescimento zero”, disse ele palestra no Fórum Nacional de Logística e Infraestrutura Portuária.
“De repente a gente chega, começa a mudar a direção, cai um meteoro na nossa cabeça, a gente atravessa e estamos saindo do lado de lá com uma dinâmica de crescimento próprio garantida, e tem gente sonhando com voltar à mediocridade anterior.”
Lula (PT), que concorre com o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais, tem afirmado em sua campanha que um eventual governo petista retomará o poder de compra da população, argumentando que o brasileiro voltará a ter recursos para comprar cerveja e picanha.
No fórum, o ministro também afirmou que o Brasil precisa extrair rapidamente seu petróleo, enquanto o insumo tem valor, para investir em saúde e educação, enquanto avança na transição para a energia verde. Segundo ele, isso não pode ser feito em um país “refém” de estatais monopolistas e verticalizadas.
Guedes disse ainda que servidores públicos deram extraordinária contribuição ao não receberem reajustes de remuneração durante a pandemia de Covid-19, ressaltando que os aumentos salariais serão retomados “já já”.
O ministro disse ser verdade que o investimento público no Brasil caiu a 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB), mas ponderou que o país recuperou sua dinâmica de crescimento com uma mudança de eixo econômico para o investimento privado, que soma 19% do PIB.
Em relação à reforma tributária, o ministro disse que o Senado deve aprovar a reestruturação nas regras do Imposto de Renda ainda neste ano --o texto já foi aprovado pela Câmara. Ele argumentou que a tributação de dividendos contida na medida seria usada para financiar o valor mais alto do programa Auxílio Brasil a partir de 2023.