O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que a cúpula do G20 não é o lugar para se debater a guerra na Ucrânia. Em entrevista à jornalista indiana Palki Sharma, do Firstpost, o chefe do Executivo disse que pretende discutir o tema na próxima Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), que será realizada em 19 de setembro. A entrevista foi ao ar na tarde deste sábado (9.set.2023).
“Ninguém quer guerra. Todo mundo é contra a guerra”, declarou o petista. Segundo Lula, a Assembleia Geral será o lugar ideal para “chamar” os presidentes russo, Vladimir Putin, e ucraniano, Volodymyr Zelensky, para uma mesa de negociação.
Lula disse ser contra qualquer país que ameaça a integridade territorial de outra nação. No entanto, o presidente já sugeriu que Zelensky cedesse a região da Crimeia para a Rússia –declaração que causou atrito entre os 2 chefes do Executivo.
Em maio deste ano, durante a reunião da cúpula do G7, grupo com 7 dos países mais industrializados do mundo, Lula marcou uma reunião bilateral com o presidente ucraniano, mas a delegação do país europeu se atrasou e não apareceu.
Lula desembarcou na capital Nova Délhi na 6ª feira (8.set) para participar da 18ª Cúpula do G20, grupo das 19 economias mais industrializadas do mundo mais a União Europeia.
LULA E O CONFLITO
Desde que assumiu o Planalto pela 3ª vez, Lula tem um discurso moderado em relação à Ucrânia quando comparado com outros países ocidentais. Durante visita do chanceler alemão, Olaf Scholz ao Brasil em janeiro, o presidente disse que não pretende enviar armas a Zelensky para não entrar no conflito. Entretanto, durante sua viagem aos Estados Unidos, em fevereiro, o petista criticou a invasão russa.Naquela viagem, o presidente brasileiro levou uma proposta de paz ao presidente norte-americano, Joe Biden. A Rússia informou que analisaria a proposição.
Em março, Lula conversou com Zelensky por telefone e disse reafirmar seu interesse pela paz.
Ao mesmo tempo que o petista mantém relações com a Ucrânia, também fala com o governo russo. Putin se encontrou com o chefe da Assessoria Especial da Presidência da República, Celso Amorim, em abril. Convidou Lula para uma visita ao país. O petista recusou.