WASHINGTON (Reuters) - O governo brasileiro lançou nesta quarta-feira, em Washington, uma plataforma para alavancar investimentos estrangeiros em projetos verdes, informou o Ministério da Fazenda, citando o plano como chave para um avanço na busca pelo atingimento de metas climáticas.
No novo sistema, antecipado pela Reuters, o país vai selecionar iniciativas já estruturadas em áreas estratégicas de transformação ecológica e atuará ativamente na busca por investidores internacionais e mecanismos de financiamento.
No lançamento da plataforma, o governo apresentou sete projetos-piloto, mirando angariar 10,8 bilhões de dólares em investimentos.
Até a véspera, a iniciativa contava com seis projetos que somavam 8 bilhões de dólares, mas horas antes do evento foi incluído na plataforma um projeto da mineradora Vale (BVMF:VALE3) para induzir investimentos de aproximadamente 2,5 bilhões de dólares para produção de hidrogênio verde e ferro briquetado a quente visando a descarbonização da indústria siderúrgica.
Entre os empreendimentos, estão planos para produção de hidrogênio verde, biocombustíveis, fertilizantes sustentáveis e minerais estratégicos, além de restauração de florestas.
“A plataforma é a realização de um ano e meio de iniciativas do Ministério da Fazenda que permitiram um novo horizonte para a agenda climática do Brasil”, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em nota apresentada pela pasta.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) atuará como o secretariado da plataforma, gerindo o dia a dia das operações com a seleção de projetos e intermediação com investidores, financiadores e doadores.
Inicialmente, a plataforma buscará acelerar iniciativas nas áreas de energia, indústria e mobilidade e soluções baseadas em natureza e bioeconomia, mas a definição de setores será flexível e se moldará às necessidades do país, com foco em setores estratégicos e ainda não maduros.
De acordo com o ministério, a mobilização de capital internacional é essencial para que o Brasil alcance suas metas de desenvolvimento e clima, que incluem o objetivo de reduzir suas emissões em 53% até 2030.
(Por Bernardo Caram, em Brasília, e Marcela Ayres, em Washington)