Câmara aprova retirada de pauta da MP da taxação e impõe derrota ao governo Lula
BRASÍLIA (Reuters) - A avaliação positiva do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a seu maior nível neste ano, embora ainda seja menor que a avaliação negativa, e a aprovação pessoal do presidente manteve trajetória de melhora desde maio, ficando em empate técnico com a desaprovação.
De acordo com o levantamento, 33% avaliam o governo de maneira positiva, ante 31% na rodada anterior, em setembro. A avaliação negativa bateu 37% em outubro, um ponto percentual a menos do que o aferido em setembro. Os que avaliam o governo como regular são 27%, contra 28% na pesquisa anterior.
A aprovação pessoal do presidente também seguiu o curso de melhora da avaliação iniciado em maio. Em outubro, 48% disseram aprovar o governo, melhor patamar do ano e dois pontos percentuais a mais do que em setembro, enquanto 49% responderam que o desaprovam, configurando um empate dentro da margem de erro de 2 pontos percentuais. Em setembro a desaprovação era de 51%.
A melhora dos índices ocorre em meio à discussão da proposta do governo de isenção do Imposto de Renda para pessoas que ganham até R$5 mil mensais, e às notícias sobre o encontro de Lula com o presidente do Estados Unidos, Donald Trump, durante a Assembleia-Geral da ONU, o que preparou o terreno para um telefonema entre os dois na segunda-feira, abrindo as negociações sobre a tarifa de 50% imposta a produtos brasileiros importados pelos EUA.
O desempenho da aprovação também tem como pano de fundo as manifestações em diversas cidades do país, em setembro, contra a chamada PEC da Blindagem, que ampliaria a proteção de políticos, e contra a anistia a envolvidos na tentativa do golpe de Estado -- propostas capitaneadas por setores do Congresso contrários ao governo.
No caso da isenção do IR, que aguarda votação no Senado, 79% dos entrevistados se disseram a favor, ante 75% em julho quando a Quaest fez essa pergunta pela última vez. Apenas 17% se posicionaram contra, ante 21% em julho. Outros 64% concordaram com o aumento da cobrança de imposto sobre os mais ricos para custear a isenção, ante 60% em julho, enquanto 29% discordaram, contra 34% em julho.
Sobre a anistia, 47% se posicionaram contra (eram 41% em setembro), enquanto 35% se manifestaram a favor de uma anistia que incluísse o ex-presidente Jair Bolsonaro (ante 36%). Para 8%, a anistia devia se aplicar apenas aos que participaram dos atos do 8 de janeiro de 2023 (ante 10%).
A pesquisa Quaest, encomendada pela Genial Investimentos, ouviu 2.004 pessoas entre os dias 2 e 5 de outubro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)