O ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) general Augusto Heleno foi desmentido nesta 3ª feira (26.set.2023) por congressistas durante a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do 8 de Janeiro.
Mais cedo, Heleno disse que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), não participava de reuniões do então presidente.
“Quero esclarecer que o tenente-coronel Mauro Cid não participava de reuniões. Ele era ajudante de ordens do presidente da República. Não existe essa figura do ajudante de ordens sentar em uma reunião dos comandantes de Força e participar da reunião. Isso é fantasia. A mesma coisa é essa delação premiado aí ou não premiada”, disse.
No entanto, foto oficial do Palácio do Planalto sobre reunião de Bolsonaro com o Ministério da Defesa e os comandantes das Forças Armadas em 22 de fevereiro de 2019 mostra Cid atrás de Heleno durante reunião:
Marcos Corrêa/PR Então presidente Bolsonaro em reunião com comandantes das Forças Armadas, o general Heleno e, atrás dele, Mauro Cid, então ajudante de ordens de Bolsonaro A imagem foi exposta pelo deputado Rogério Correia (PT-MG) e pela relatora da CPI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA). “O senhor mentiu?”, Correia questionou Heleno.
Correia pediu que o deputado Arthur Maia, presidente da CPI, tomasse uma providência. Ele poderia decretar a prisão em flagrante de Heleno por falso testemunho. Mas Arthur Maia negou o pedido.
Heleno também disse que não costumava participar de reuniões de Bolsonaro com os comandantes de Forças. Afirmou que só comparecia a encontros do tipo quando chamado. Apesar da fala do general, ele compareceu em diversos eventos e encontro de militares, inclusive em viagens, acompanhando o então presidente.
Em outra imagem oficial do Planalto, agora de 2021, é possível ver que Heleno participou de reunião do então ministro da Defesa, general Braga Netto, e com os comandantes das Forças. Entre os presentes, almirante Almir Garnier dos Santos –citado na delação premiada de Cid.
Segundo reportagens do jornal O Globo e do portal de notícias UOL, a delação de Cid diz que o ex-presidente teve uma reunião em 2022, depois do 2º turno das eleições, com a cúpula das Forças Armadas para discutir uma minuta sobre intervenção militar.
Também segundo a mídia, Cid teria dito que Garnier, então comandante da Marinha, teria concordado com o plano golpista.