O embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, anunciou nesta 4ª feira (25.out.2023) a suspensão de vistos israelenses para representantes das Nações Unidas a fim de impedir a entrada de funcionários da organização internacional em Israel. As informações são da CNN.
Em entrevista a rádio do Exército israelense, Erdan disse que a recusa da autorização já foi implementada e o país rejeitou um pedido do subsecretário-geral das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths. “Chegou a hora de lhes ensinar uma lição”, disse o diplomata.
A medida foi tomada em resposta ao discurso do secretário-geral da ONU, António Guterres, durante a reunião do Conselho de Segurança sobre a guerra entre Israel e Hamas. O encontrou foi realizado na 3ª feira (24.out). Na ocasião, Guterres alertou para a situação do Oriente Médio, condenou os ataques contra civis e o “atos de terrorismo” do Hamas. Eis a íntegra da declaração (110 kB – PDF, em inglês).
O diplomata, no entanto, foi criticado por ter dito que era “importante reconhecer” que os ataques do grupo extremista “não aconteceram sem contexto”, citando que “o povo palestino está sujeito a 56 anos de ocupação sufocante”.
A fala do secretário-geral sobre as “queixas do povo palestino” se referem a disputa secular de territórios israelenses e palestinos (leia mais sobre o assunto nesta reportagem). A ONU classifica a Cisjordânia e Jerusalém Oriental como áreas da Palestina ocupadas por Israel e se manifesta contra os assentos israelenses nas regiões.
Depois do discurso de Guterres, o embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, pediu a renúncia do secretário-geral.
Em publicação no X (ex-Twitter), disse que Guterres demonstrava “compreensão pela campanha de assassinato em massa de crianças, mulheres e idosos” e não estava “apto para liderar” as Nações Unidas.
Nesta 4ª feira (25.out), António Guterres afirmou estar “chocado com as interpretações erradas” sobre sua declaração dada no Conselho de Segurança. A jornalistas, o diplomata disse ser “falsa” a perspectiva de que ele justificou os “atos terroristas” do Hamas.
“Foi o oposto. No início da minha intervenção de ontem [24.out], afirmo claramente que ‘condenei inequivocamente os horríveis e sem precedentes atos de terror de 7 de outubro realizados pelo Hamas em Israel. Nada pode justificar o assassinato, o ferimento e o sequestro deliberado de civis ou o lançamento de foguetes contra alvos civis”, afirmou o secretário-geral, citando parte de seu discurso de 3ª feira (24.out).
O diplomata ressaltou ainda que falou sobre as queixas da população palestina. Mas também disse “claramente” que essas queixas “não podem justificar os ataques terríveis do Hamas”.