O líder norte-coreano Kim Jong-un encerrou sua viagem de 6 dias à Rússia. Ele embarcou domingo (17.set) em seu trem blindado em Artyom, no Extremo Oriente da Rússia para voltar à Coreia do Norte.
Kim teve uma cerimônia de despedida que contou com a presença de altos funcionários do governo russo. O ministro de Recursos Naturais da Rússia, Alexander Kozlov, e o governador regional de Primorye, Oleg Kozhemyako, participaram da cerimônia, que contou com uma banda militar russa tocando os hinos nacionais da Coreia do Norte e da Rússia.
Essa foi a viagem internacional mais longa do líder norte-coreano desde que assumiu o poder no final de 2011.
Kim chegou à Rússia 3ª feira (12.set) para se encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin, onde os líderes discutiram uma cooperação econômica e militar. Autoridades e especialistas disseram que a Coreia do Norte poderia oferecer armamento e munição, extremamente necessárias para a guerra na Ucrânia, em troca de tecnologia armamentista russa.
A agência de notícias estatal norte-coreana KCNA disse que a visita de Kim à Rússia marcou o início de “uma nova era de amizade, solidariedade e cooperação” entre as duas nações.
Durante a reunião com Putin, Kim disse que o seu país ofereceria “apoio total e incondicional à luta da Rússia para defender os seus interesses de segurança na luta contra o imperialismo”. Essa foi a 2ª reunião entre Kim e Putin. A reunião anterior foi realizada em Vladivostok, em abril de 2019.
Oleg Kozhemyako, o governador de Primorye, disse que uma delegação do Extremo Oriente da Rússia visitaria a Coreia do Norte. Segundo a imprensa estatal russa, Kozhemyako disse que fará parte da delegação que viajará com especialistas dos setores do comércio, turismo e agricultura. O momento exato da visita à Coreia do Norte não foi anunciado.
Repercussão
O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, disse que “a cooperação militar entre a Coreia do Norte e a Rússia é ilegal e injusta, pois contraria as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e várias outras sanções internacionais”.As resoluções do Conselho de Segurança da ONU, que a Rússia é integrante permanente, endossou anteriormente a proibição para que a Coreia do Norte não possa exportar ou importar quaisquer armas. O Kremlin negou na 6ª feira (15.set) que qualquer acordo tivesse sido assinado no encontro entre Putin e Kim.