O líder do Governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), defendeu o descumprimento da meta de deficit fiscal para 2024 caso seja necessário. A declaração dada neste sábado (9.dez.2023) diverge da equipe econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Eu estava conversando com a presidente [do PT] Gleisi [Hoffmann] que, se tiver que fazer deficit, vamos ter que fazer. Senão a gente não ganha a eleição em 2024. É claro que o governo Lula tem uma responsabilidade fiscal, mas temos um problema”, disse durante a Conferência Eleitoral do PT para 2024, realizada em Brasília.
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), defendeu mais cedo um deficit nas contas públicas de até 2% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2024. “Para mim, faria um déficit de 1%, 2% [do PIB]“, afirmou a petista em painel na conferência do partido ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que é a favor da fiscal de deficit zero para o próximo ano.
O governo Lula decidiu manter a meta fiscal de deficit zero para 2024, em relação ao PIB. O presidente havia dito, no final de outubro, que poderia flexibilizar a meta, mas voltou atrás.
Eleições de 2024
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT-SP), também participou do evento do partido ao lado de Guimarães. Segundo Padilha, as eleições municipais são fundamentais para eleger congressistas nas eleições gerais e, consequentemente, fortalecer a base do governo no Congresso.
“Se a gente quiser mudar a realidade do Congresso Nacional, precisamos pensar a eleição municipal dessa forma e eleger lideranças [em 2024]“, disse.
A Conferência Eleitoral do PT para 2024 em Brasília realizada neste sábado (8.dez.2023) reuniu pré-candidatos do PT às eleições municipais no próximo ano. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, cuja presença era esperada no painel com Padilha, não compareceu.