São Paulo - Em mais um aceno ao agronegócio, segmento no qual o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem ampla vantagem, o candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que não é possível aceitar que "tem o homem do agronegócio bom e o homem do agronegócio ruim". "Tem gente do agronegócio, e tem os bandidos", emendou.
"Os bandidos são aqueles que não respeitam a questão ambiental, são aqueles que querem desmatar, e esses caras não podem ser confundidos como gente do agronegócio", disse Lula durante encontro com o coletivo Derrubando Muros, que declarou apoio à sua candidatura.
Lula também voltou a dizer que não é defensor apenas da exportação de commodities e que, na venda de soja, há tecnologias envolvidas. "Eu não sou daqueles que digo 'ah, o Brasil não pode continuar exportando só soja ou minério de ferro'. Até porque eu acho que esse País, ao exportar soja hoje, a gente está exportando muita tecnologia em um grão de soja, muita engenharia genética em uma carne de frango, uma carne de porco", afirmou.
Pluralidade
Após receber o manifesto de apoio de membros do Derrubando Muros, o vice Geraldo Alckmin (PSB) afirmou que o movimento traduz a pluralidade do Brasil que tem sido incorporada na campanha. "Essa é a lógica do segundo turno, ampliar, receber propostas, aprimorar programas, poder avançar ainda mais", disse.
Em seu breve pronunciamento, o ex-tucano voltou a dizer que Lula tem experiência e liderança e é um nome que defende crescimento econômico com estabilidade, previsibilidade e sustentabilidade.
As três palavras têm sido frequentemente usadas pelo ex-presidente em encontros com nomes do PIB, em entrevistas à imprensa e comícios. Hoje, ele voltou a citá-las. "Se o presidente não tiver essas três palavras como pilares do seu comportamento e da sua ação, ele não consegue nem montar governo e muito menos consegue restabelecer a credibilidade que esse País tem que ter no exterior", declarou.