O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 4ª feira (20.dez.2023) que o país chega em “uma situação muito boa” ao final de 2023 por causa, dentre outros motivos, dos projetos econômicos aprovados pelo Congresso. O chefe do Executivo, no entanto, afirmou que a articulação política foi, muitas vezes, “mal interpretada” e acusada de ter sido feita em “menor nível”.
“Conseguimos isso apenas colocando em prática a arte da negociação. Negociação muitas vezes mal interpretada, acusada de menor nível, dizendo que o governo estava conversando com fulano, com beltrano, com o Centrão. E eu sempre fazia questão de dizer que a gente não conversa com o Centrão, a gente conversa com partidos, com todos os partidos que têm deputados e senadores. A gente não pergunta de que partido é a pessoa. Levamos a proposta e estabelecemos as conversações necessárias”, disse.
Lula discursou no início da 4ª reunião ministerial realizada neste ano. O encontro é fechado, só a fala do presidente foi transmitida.
O presidente afirmou que a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da reforma tributária foi um “feito extraordinário”. Agradeceu aos líderes do Governo no Congresso e ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pelo empenho nas negociações com o Congresso. Não citou, porém, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pela articulação política do governo.
“Foi um feito extraordinário que foi a aprovação da 1ª política de reforma tributária aprovada em um regime democrático em um Congresso Nacional em que todos os partidos são médios para baixo. Não tem nenhum partido com 200 deputados”, disse.
Lula disse que não é possível saber ainda se a mudança na legislação tributária dará “todos os frutos” esperados. “É como se fosse uma árvore que está plantada. Tem que jogar água, colocar fertilizante, continuar conversando para aperfeiçoar para que a gente dê para o povo brasileiro e para o mundo inteiro que quer investir a certeza que o país está tratando com muita seriedade a questão econômica”, disse.
Logo no início do discurso, o presidente afirmou que teve que iniciar seu governo antes mesmo de tomar posse, com a aprovação da chamada PEC fura-teto. O texto liberou espaço de R$ 170 bilhões no Orçamento deste ano para que o governo pudesse viabilizar, dentre outros, programas sociais que haviam sido promessas de campanha.
“Estamos chegando em situação muito boa, não é excepcional porque sempre queremos mais, mas acho que chegamos em situação excepcional se levarmos em conta a realidade que pegamos esse país. Não podemos esquecer que tivemos que começar a governar praticamente 1 mês e meio antes de tomarmos posse”, disse.
Reunião ministerial
Ao abrir o encontro, Lula anunciou um formato diferente para a reunião com os ministros, líderes do Governo no Congresso e presidentes de estatais. Segundo o presidente, os ministros Rui Costa (Casa Civil), Haddad, Padilha e Paulo Pimenta (Comunicação Social) farão apresentações sobre os resultados do governo em cada área.
“Não será uma reunião como aquela outra em que falaram os 37 ministros, porque quando chega no final, ninguém suporta mais ouvir ninguém”, disse.
Lula disse que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, também fará um discurso porque deixará o cargo a partir de 8 de janeiro. Dino assumirá uma cadeira no STF (Supremo Tribunal Federal) em 22 de fevereiro.
Ao final, o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB), também deverá discursar. Lula encerrará o encontro, que, de acordo com ele, deve acabar por volta das 15h. Disse que irá “apontar defeitos que precisam ser consertados”.