O ministro da Defesa, José Múcio, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não apoiará arbitrariedades na crise entre a Venezuela e a Guiana. De acordo com o petista, a questão deve ser “resolvida no campo diplomático”.
“O presidente estava tranquilo. Disse que o Brasil não apoia nem apoiará nenhum ato de arbitrariedade e que a coisa precisa ser resolvida no campo diplomático”, falou Múcio à CNN depois de reunião com Lula, na 6ª feira (8.dez.2023).
Há preocupação nas Forças Armadas com relação às movimentações do presidente venezuelano Nicolás Maduro. Foi realizado um referendo no país para anexar a região de Essequibo, na Guiana. A consulta popular teve 95% de aprovação, segundo o governo.
Questionado sobre uma possível escalada de tensão, Múcio disse que não é possível afirmar que o conflito vai evoluir. “Eu não sei o que vai acontecer. É uma briga de 2 países. Temos que ter cuidado pra não entrar. A comunidade internacional vai cuidar do resto”, falou. “Mas acredito que Maduro não irá provocar o Brasil”, completou.
Ao Poder360, o ministro contou que o presidente o orientou a monitorar a fronteira. “Sobre a fronteira com a Venezuela, o presidente disse para termos cuidado”, falou.
Há um mal-estar nas Forças Armadas com o silêncio do presidente em relação à região. Militares dizem que, sem uma orientação política de como agir –o Brasil faz fronteira tanto com a Venezuela quanto com a Guiana– é difícil criar uma estratégia.
O silêncio contrasta com as diversas falas de Lula a respeito de outros conflitos a milhares de quilômetros do Brasil, como a guerra na Ucrânia e na Faixa de Gaza. Lula fez diversas críticas e propostas. Quanto à Venezuela, nada ainda.