O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca nesta 6ª feira (15.set.2023) para Havana, capital de Cuba, para participar da Cúpula G77, um evento que reunirá países em desenvolvimento. Depois, seguirá para Nova York, nos Estados Unidos, para a Assembleia-Geral da ONU.
O G77 foi criado em 1964, com 77 países. Foi ampliado e, hoje, é composto por 134 nações em desenvolvimento do sul global pertencentes à Ásia, África e América Latina. Em 1990, a China se juntou ao bloco.
Neste ano, sob a presidência de Cuba, o encontro terá o tema “Desafios Atuais do Desenvolvimento: Papel da Ciência, Tecnologia e Inovação”.
“O grupo não tem tanta participação nos temas mais diretamente ligados à política, segurança. A atuação mais ativa é nas temáticas econômicas e sociais das Nações Unidas. É uma maneira dos países em desenvolvimento adquirirem um poder de barganha mais amplo”, falou o secretário de Assuntos Multilaterais Políticos do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Carlos Márcio Cozendey.
Declaração em Cuba
Em conversa a jornalista, na 5ª feira (14.set), para detalhar a viagem, o diretor do Departamento de Ciência, Tecnologia e Propriedade Intelectual do Ministério das Relações Exteriores, ministro Luciano Mazza, adiantou os termos da declaração que deve ser aprovada pelos chefes de Estado participantes do encontro no fim de semana.
Segundo Mazza, os termos da declaração foram negociados, praticamente na íntegra, em Nova York e aprovados previamente pelas alegações, no começo dessa semana. O diretor mostrou que entre os diversos pontos que constarão na declaração, o desenvolvimento e fortalecimento da cooperação Sul-Sul deve ser a base do intercâmbio dentro do bloco.
“Há uma série de preocupações como incentivar e imobilizar mecanismos, instituições e programas para aprimorar a Cooperação Sul-Sul, entre países em desenvolvimento, mesmo as que já existem, pois precisam ser fortalecidas.”
Na visão do diretor, o Brasil tem um papel especialmente relevante. “Considerando que entre esses países, o Brasil é um dos que tem capacidades e estrutura no seu sistema nacional de ciência, tecnologia e inovações relevantes. Então, tem condições de dar sua contribuição neste processo”.
A declaração deve, ainda, instituir 16 de setembro como o Dia da Ciência, Tecnologia e Inovação no sul global. E há ainda a previsão de que os ministros da área do bloco passem a se reunir a cada 3 anos para enfatizar a cooperação dos países nestes temas.
Cuba
Cuba assumiu a presidência do G77 em janeiro deste ano. O país elegeu como temas centrais de sua gestão:
- a consolidação da unidade da influência dos países em desenvolvimento em negociações multilaterais, inclusive em questões relativas à mudança do clima;
- a promoção da solidariedade e da cooperação internacionais no contexto da recuperação pós-pandemia; e
- o impulso a reforma da governança financeira internacional.
A troca da presidência do G77 será realizada em janeiro de 2024, quando a Uganda assumirá o posto.
Sanções a Cuba
Durante um resumo a jornalistas, Cozendey falou do tratamento dado à Cuba nos fóruns multilaterais de governança global.
Ele ratificou a posição do Brasil na condenação às sanções unilaterais à Cuba há várias décadas. “Os países que adotaram sanções unilaterais em relação à Cuba não atingiram seus objetivos, porém, criaram enormes dificuldades para a população cubana. Então, assim como outros países da região, nós temos uma posição tradicionalmente bastante crítica desse regime”.
Com informações da Agência Brasil.