O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu nesta 3ª feira (12.dez.2023) que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) discursasse em evento de anúncios de investimentos de bancos públicos em Estados. A cerimônia foi realizada no Palácio do Planalto.
Ao ser chamado pelo cerimonial para falar, o presidente se recusou a levantar e disse que “quem tem que falar” é o governador. Normalmente, a fala de Lula encerra as cerimônias. O petista discursou só depois de Tarcísio. O ex-ministro de Infraestrutura do governo Bolsonaro brincou que foi escolhido por Lula para discursar por ser quem recebeu o “maior cheque” de financiamento.
No evento, o governador de São Paulo agradeceu ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) pelo financiamento do projeto para criação do trem São Paulo-Campinas. Ele elogiou o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). O programa, considerado um dos carros-chefe das gestões petistas, foi lançado pelo governo Lula em agosto.
“A gente fica muito satisfeito de ver esses projetos viabilizados. O PAC é um instrumento para isso”, afirmou Tarcísio.
O ex-ministro de Bolsonaro disse que o financiamento liga São Paulo a Campinas por trem de média velocidade. Os recursos são do BNDES. “Estamos com leilão marcado para fevereiro […] Com certeza, estimula a outras cidades a buscar o mesmo caminho. Nós já estamos estruturando o trem Sorocaba-São Paulo que a gente pretende leiloar em 2025. Então, daqui a pouco, Mercadante, vou bater na porta do BNDES de novo”, afirmou.
Tarcísio agradeceu a liberação de recursos: “Tenho certeza que sonhos e esperanças estão sendo viabilizados dessas operações de crédito”, afirmou.
Em seu discurso, Lula disse que os bancos públicos servem para investir nos Estados. Afirmou ainda que as estatais aplicaram 4 vezes mais dinheiro que no governo Jair Bolsonaro (PL). Disse que o Ministério dos Transportes também investiu o quádruplo comparado à gestão anterior.
Lula também alfinetou Bolsonaro no discurso. Disse nunca ter entendido como alguém poderia governar um país do tamanho do Brasil e não dialogar com quem, junto com o presidente, tem responsabilidade pela governança.