O ex-presidente Lula está matematicamente eleito presidente do Brasil, segundo dados do TSE, com 99,95% das urnas apuradas. O petista, que assumirá seu terceiro mandato a partir do dia 1º de janeiro de 2023, registra 50,9% dos votos computados, ante 49,1% do atual presidente Jair Bolsonaro (PL). A diferença é atualmente de pouco mais de 2 milhões de votos.
Mesmo com apuração ainda em curso, a diferença não é mais possível de ser revertida, segundo os cálculos da Justiça Eleitoral.
Esta é a primeira vez desde a redemocratização que um presidente não se reelege estando no poder. E, também, a primeira vez que um candidato é eleito para um terceiro mandato.
Lula, que completou 77 anos na última quinta-feira (27), voltará a ocupar o Palácio do Planalto 12 anos após ter deixado a presidência. O petista assumiu o país em 2003 após os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e deixou o cargo em 2010, quando foi sucedido pela correligionária Dilma Rousseff. Ex-metalúrgico e ex-sindicalista nascido em Garanhuns (PE), Lula também foi deputado constituinte.
Após deixar a presidência, o agora presidente eleito foi processado e ficou preso por 19 meses em razão das investigações da Operação Lava-Jato, que apurou a existência de desvios bilionários na Petrobras (BVMF:PETR4). Por estar detido entre 2018 e 2019, Lula ficou impossibilitado de concorrer à presidência contra Bolsonaro nas eleições em que o ex-capitão do Exército foi eleito.
O petista, no entanto, teve sua condenação anulada após o Supremo Tribunal Federal (STF) considerar que o juiz Sérgio Moro foi parcial em julgamento relacionado ao triplex de Guarujá, anulando esse processo. Outros casos que investigavam o ex-sindicalista também haviam sido julgadas em jurisdição inadequada (em Curitiba, em vez de Brasília). Com essa mudança, os supostos crimes foram considerados prescritos.
No primeiro turno, Lula e Bolsonaro haviam angariado, respectivamente, 48,43% e 43,20% dos votos, respectivamente, com uma diferença de 6,187 milhões de votos.