O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não apoiará a entrada da Venezuela e da Nicarágua no Brics. A orientação do governo para a delegação que vai à cúpula do bloco na Rússia, que será realizada de 3ª feira (22.out) a 5ª feira (24.out), é barrar a entrada de novos países, que já passou por expansão recente –Irã, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Egito ingressaram em janeiro.
A orientação representa uma mudança na posição de Lula em relação à Venezuela. Em 2023, quando Nicolás Maduro visitou o Brasil, o petista havia dito ser favorável a entrada do país vizinho no bloco.
A recusa de Maduro em enviar as atas eleitorais para comprovar que não houve fraude em sua reeleição, porém, azedou a relação entre os 2 países. No caso da Nicarágua, o veto ao endosso se deu depois de Lula romper as relações com o governo de Daniel Ortega em agosto.
A Venezuela vem articulando a adesão ao bloco e tem o apoio de países como a China e a Rússia –que tem como prioridade a entrada do país comandado por Maduro. Cuba é contra e deve fazer coro ao Brasil.
Os critérios para a adesão de países parceiros, ou seja, que não integrarão de fato o bloco, mas poderão participar de discussões internas e reuniões, será discutido no encontro na Rússia. Na ocasião, será definido o grau de participação da nova categoria.
Uma das exigências já estabelecidas de acordo com o Itamaraty será que o país entrante defenda a reforma ampla das Nações Unidas, especialmente do Conselho de Segurança. Os eventuais novos parceiros também deverão ter boas relações diplomáticas com os atuais integrantes do grupo e não poderão apoiar sanções econômicas sem autorização da ONU.
Atualmente, os países do Brics representam 37% da economia global, e há estudos internacionais que projetam que o grupo poderá ultrapassar o G7, grupos dos países mais ricos, nos próximos anos, impulsionado pela China e Índia.