Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - Acompanhado da bancada de senadores que apóiam sua candidatura à Presidência, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve nesta terça-feira seu primeiro encontro oficial com o presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e ouviu do senador uma garantia de que há apoio institucional para garantir eleições livres e a posse do presidente eleito.
“O mais importante foi a posição do presidente do Congresso Nacional no sentido de que o Congresso será um espaço importante de garantia da democracia, garantia da realização de eleições livres e garantia de que quem ganhar a eleição vai tomar posse”, disse o senador Humberto Costa (PT-PE) a jornalistas após o encontro.
O almoço reuniu 14 senadores durante quase três horas na residência oficial do presidente do Senado para uma primeira aproximação que vinha sendo tentada desde outubro de 2021. Jantares e audiências entre Lula e Pacheco foram programadas, mas não levadas adiante em meio a negociações eleitorais.
O encontro desta terça foi negociado pelos senadores petistas Jean Paul Prates (RN), líder da minoria, e Paulo Rocha (PA), líder do partido no Senado. Apesar de o PSD não ter declarado apoio a nenhum candidato à Presidência no primeiro turno, Lula conseguiu fechar um acordo com o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, e irá apoiá-lo para o governo de Minas Geais e o senador Alexandre Silveira (MG) para uma reeleição ao Senado.
O palanque mineiro do partido facilitou a aproximação de Pacheco com Lula, apesar do presidente do Senado ter garantido que a agenda é institucional, em deferência a um ex-presidente e candidato presidencial, e que receberia qualquer um deles.
“Não se tratou de apoios eleitoral. O tema central foi apoio institucional para a democracia”, disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Em meio ao aumento da violência política nos últimos dias --incluindo o assassinato do petista Marcelo Arruda por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro em Foz do Iguaçu (PR) no sábado--, Lula fez questão de destacar a necessidade das instituições estarem preparadas para agir, de acordo com os senadores presentes.
“Ele (Lula) foi enfático em dizer que Bolsonaro, no momento em que ele sente que dificilmente conseguirá vencer pelo voto, caminha em busca de pretextos para justificar uma ruptura institucional”, disse Paulo Rocha. “O Congresso será um dos pontos de resistência a isso.”