Marcos Pereira reúne do PT ao PL e mostra força para suceder Lira

Publicado 11.04.2024, 09:27

“Só faltou Lula e Bolsonaro”, disseram convidados da festa de aniversário de 52 anos do deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP), realizada no Lago Sul, área nobre de Brasília, na noite de 4ª feira (10.abr.2024). O evento reuniu integrantes de todos os espectros políticos.

A comemoração de Pereira foi um demonstrativo de força para a sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na Câmara. O evento reuniu ministros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e articuladores do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, na Casa Baixa.

Além de Lira, estiveram presentes os possíveis candidatos à cadeira Isnaldo Bulhões (MDB-AL), Elmar Nascimento (União Brasil-BA), Antônio Brito (PSD-BA) e Pedro Lupion (PP-PR).

A festa estava marcada para 20h (horário de Brasília). Minutos depois do horário previsto, formava-se uma fila de ternos e gravatas do lado de fora da casa de Oswaldo de Oliveira, presidente de uma empresa de logística da capital, que cedeu a residência para a comemoração.

O evento foi bancado pelo escritório de advocacia de Pereira e contava com 2 ambientes. Ambos no quintal da mansão, a 1ª tenda foi onde o presidente do Republicanos recebeu os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Jorge Messias (Advocacia Geral da União) e outros convidados (leia a lista completa dos presentes abaixo).

Foi Alexandre Padilha que comunicou a Pereira que Lula mandou um abraço ao político e a sua mulher.

Separado por um caminho de pedras, estava a 2ª tenda. O local era maior, tinha grandes mesas redondas de madeira com arranjos de flores brancas ao centro e era onde estava a banda, a mesa do bolo –de 3 andares– e o buffet.

Os garçons passeavam com vinhos, espumantes e whisky. Entre uma música de Caetano Veloso e outra de Legião Urbana, o assunto predominante era a votação de horas antes na Câmara, que manteve a prisão do deputado Chiquinho Brazão por 277 votos a 129.

As especulações sobre quem saiu vitorioso e derrotado dominaram as conversas.

Governistas da Câmara dos Deputados viram como arriscado o movimento do deputado Elmar Nascimento, que articulou a soltura do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), preso por acusação de ser um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco (Psol-RJ). Apesar de comemorarem o resultado, deputados da base de Lula acreditam que a “proteção” de Elmar à Câmara angariou mais apoio na corrida pela presidência da Casa.

No entanto, a vitória do governo deu esperança a governistas para emplacar Marcos Pereira à sucessão de Arthur Lira. O Centrão, por outro lado, avalia que a votação não alterou em nada o cenário.

Elmar Nascimento permaneceu mais distante no evento. O deputado conversou, entre outros presentes, com o líder do PL na Casa Baixa, Altineu Côrtes (PL-RJ), que orientou o principal partido de oposição a votar pela soltura de Brazão. Mesmo com a derrota, Elmar acredita que o movimento o fortaleceu perante deputados de partidos do Centrão que estavam indecisos quanto à votação na 4ª feira (10.abr).

A avaliação geral, mesmo com a comemoração dos governistas, é de que o resultado seria diferente se a votação fosse secreta e que Elmar foi “corajoso” de expor sua posição. A leitura na festa ia além, pois contando os ausentes na votação, os deputados contra a prisão seriam maioria.

Perto da 1h da manhã, as mesas já esvaziavam, mas a banda tocava “Outra vez”, de Roberto Carlos.

Alguns deputados acreditam que a votação sobre a prisão de Brazão mudou o panorama para a corrida eleitoral da Câmara, enquanto outra ala fez ressalvas de que a disputa se trata de uma “maratona”.

A festa que uniu gregos e troianos de Marcos Pereira apontou para a direção de que o presidente do Republicanos têm capacidade de aglutinar eleitores de todos os polos políticos do Congresso. Nem que seja para tomar vinho e dançar ao som de “Cheia de manias”, do Raça Negra.

Veja fotos do repórter fotográfico do Poder360, Sérgio Lima: