O líder da oposição no Senado Federal, senador Rogério Marinho (PL-RN), apresentou na 3ª feira (19.set.2023) uma representação ao TCU (Tribunal de Contas da União) contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pedindo o fim do sigilo do seu cartão corporativo.
Na peça, Marinho cita uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo que afirma que o governo Lula ficou quase 4 meses sem divulgar dados do cartão corporativo do chefe do Executivo e que o petista gastou R$ 8 milhões no cartão até julho deste ano, mais do que os seus antecessores Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL). Eis a íntegra da representação (PDF – 299 kB).
Segundo o senador, o fato de os valores e informações sobre o detalhamento dos gastos do cartão da Presidência serem sigilosos “dificulta o controle social dessas despesas realizadas com dinheiro público”.
Marinho afirmou que os valores do cartão corporativo estão “cada vez mais vultosos”, além de estarem sendo gastos sem supervisão dos órgãos de controle da sociedade.
Em seu perfil no Twitter, o congressista disse que os R$ 8 milhões gastos por Lula com o cartão são um “recorde do PT”.
GASTOS NO CARTÃO CORPORATIVO
Nos 7 primeiros meses na Presidência da República, o presidente Lula gastou cerca de R$ 8 milhões no CPGF (Cartão de Pagamento do Governo Federal), o cartão corporativo —em valores corrigidos pela inflação.
O valor coloca o petista no topo do ranking quando comparado com seus antecessores. Até julho, o cartão de Bolsonaro somou R$ 5,3 milhões, enquanto os extratos de Temer e Dilma foram R$ 3,8 milhões e R$ 4,9 milhões, respectivamente. Os valores também foram corrigidos pela inflação.
O Palácio do Planalto afirmou que a maior parte das despesas de Lula nesse período está relacionada a viagens que o presidente fez ao exterior. Ao voltar dos Estados Unidos nos próximos dias, o petista completará 56 dias fora do Brasil. São quase 2 dos 9 meses de mandato.
Criado por Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 2001, o cartão corporativo serve para atender despesas de pequeno vulto e despesas eventuais, como viagens e serviços especiais, que exijam pronto pagamento.