O MDB decidiu reconduzir Eduardo Braga (AM) à liderança do partido no Senado para 2023 e 2024. A decisão foi tomada pela bancada nesta quinta-feira, 15, por unanimidade. A tendência é o sigla, que abriga aliados do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), integrar a base do novo governo a partir do ano que vem.
O MDB tem atualmente a maior bancada do Senado, com 12 parlamentares, ao lado do PSD. A partir do ano que vem, contudo, o PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, assumirá o posto, com 14 senadores. O PSD terá 11 assentos e o MDB ficará com 10, mesma quantidade do União Brasil. A sigla de Lula, por sua vez, terá 9 cadeiras no Senado.
Desde o resultado da eleição para o Congresso, que representou uma vitória do bolsonarismo, Lula tem dito a interlocutores que precisará mais do que nunca de aliados no Senado. Bolsonaro conseguiu eleger ex-ministros como Damares Alves (Republicanos-DF), Rogério Marinho (PL-RN) e Tereza Cristina (PP-MS).
Diante do cenário mais "hostil" no Senado, Lula conta com o apoio de partidos como MDB, PSD e União Brasil. Essas legendas tendem a apoiar a reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), à Presidência da Casa. O PL, por sua vez, já oficializou a indicação de Marinho ao posto. No MDB, Lula conta com a fidelidade de políticos como Braga, Renan Calheiros (AL) e Marcelo Castro (PI).
O MDB espera ficar com três ministérios na nova Esplanada. Além da senadora Simone Tebet (MS), considerada uma indicação da "cota pessoal" de Lula, o partido quer uma pasta para um senador e outra para um deputado. Da cota do Senado, Calheiros tenta emplacar o senador eleito Renan Filho (AL) no Ministério de Minas e Energia. O nome do próprio Braga já foi cogitado. Na Câmara, o atual líder da sigla, Isnaldo Bulhões (AL), é cotado para integrar o governo.