O ex-ministro da Fazendo Henrique Meirelles afirmou que o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva deveria usar uma licença para gastar, o chamado waiver, no ano de 2023, mas voltar a uma âncora fiscal em 2024.
"O governo Lula deveria usar waiver em 2023 e, então, cortar despesas não necessárias para retomar ao teto em 2024", avaliou, durante o CEO Forum Conference, promovido pelo Bradesco BBI, em Nova York.
Ele lembrou que a criação do teto de gastos foi justamente para definir as prioridades de gastos. Neste momento, em que é preciso acomodar gastos sociais como, por exemplo, a manutenção do Auxílio Brasil - que voltará a ser chamado de Bolsa Família - em R$ 600, o governo Lula deve usar um waiver, mas ele não deve ser mantido por anos. "Isso não é um waiver", disse Meirelles mais cedo.
Ele criticou ainda o tamanho da equipe de transição. Segundo ele é um pouco grande demais. A lei prevê 50 cargos oficiais, mas, para acomodar todos os partidos que apoiaram o presidente Lula, o time deve superar 150 pessoas.
Questionado sobre a arrecadação do governo, Meirelles defendeu uma simplificação de impostos, o que contribuiria para elevar a produtividade no País. Afirmou ainda que o tema é um "pesadelo" no País, com diferentes tributos cobrados.
Meirelles também disse que o Brasil é hoje um país muito polarizado e mencionou os episódios envolvendo os ministros da Suprema Corte, que foram hostilizados durante passagem por Nova York. "O País está muito polarizado", avaliou.