O presidente da Argentina, Javier Milei, disse na 5ª feira (11.jan.2024) que cumprirá uma de suas propostas de campanha: fechar o Banco Central. Segundo ele, o país enfrenta “um processo de rearranjo de preços” e, por isso, haverá “um período de inflação com números horríveis”.
As declarações foram feitas à rádio La Red. No final da entrevista, o jornalista perguntou se Milei pretendia dolarizar a economia da Argentina e o presidente argentino respondeu: “Mais cedo ou mais tarde, vou fechar o Banco Central”.
Dados divulgados na 5ª feira (11.jan) indicam que a Argentina fechou o ano de 2023 com uma inflação anual de 211,4%. A taxa registrada em dezembro foi 50,5 pontos percentuais maior que a do mês anterior.
Milei declarou estar “disposto a privatizar o Banco Nación e todas as empresas estatais”. Segundo ele, “as pessoas têm consciência do desastre” que o seu governo herdou e “sabem que têm de passar por um momento difícil para o ultrapassar”.
Ele afirmou que a sua gestão realizou “a negociação mais rápida da história” com o FMI (Fundo Monetário Internacional). “Aplicamos um plano de ajustamento muito mais profundo do que o solicitado pelo FMI”, disse.
O acordo entre a Argentina e o FMI, alcançado na 4ª feira (10.jan), vai permitir o desbloqueio de US$ 4,7 bilhões. Em contrapartida, o governo do país se comprometeu a transformar o deficit primário em superavit e aumentar as reservas líquidas.
BRASIL
Questionado sobre como está a situação com o Brasil, Milei declarou que a relação comercial entre os 2 países é “madura” e “continua como antes”.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apoiou a eleição do candidato peronista Sergio Massa, que disputou o 2º turno das eleições argentinas contra Milei. Durante sua campanha eleitoral, Milei chamou o petista de “comunista” e “corrupto”. Também acusou Lula de interferir na campanha eleitoral argentina e de financiar parte dela. Depois baixou o tom, convidou o presidente brasileiro e disse que ele seria bem recebido se fosse à posse. Neste cenário, Lula optou por mandar o chanceler Mauro Vieira à posse de Milei.