O candidato à Presidência da Argentina Javier Milei disse, na 2ª feira (25.set.2023), que irá ao 2º turno das eleições no país com o ministro da Economia, Sergio Massa. Segundo ele, haverá um “colapso do sistema político” vigente se esse cenário se confirmar. As informações são do jornal Clarín.
“Pelos meus números [das pesquisas], iria a um 2º turno com Sergio Massa”, afirmou em ato de campanha em Buenos Aires. “Se no dia 22 de outubro [data do 1º turno] tivermos uma eleição muito boa, passarmos para o 2º turno e o ‘Juntos por el Cambio’ [Juntos pela Mudança, em português –coligação de Patricia Bullrich] ficar em 3º, haverá um colapso do sistema político, tal como existe hoje”, completou. Segundo ele, há possibilidade de Massa abrir as portas para organizações “radicais”. O candidato afirmou que o ministro “parece estar buscando atingir a hiperinflação”.
Milei lidera as pesquisas de intenção de voto para o 1º turno, mas a decisão de quem será o próximo presidente argentino deve ficar para o 2º turno, marcado para 19 de novembro.
Segundo um levantamento da consultoria Analogías, divulgado em 7 de setembro, Milei tem 31,1% dos votos. Em 2º lugar aparece Massa, com 28,1%. Patricia Bullrich tem 21,2%. Eis a íntegra da pesquisa (PDF – 881 kB).
Na Argentina, para ser eleito em 1º turno, o candidato deve:
- receber, ao menos, 45% dos votos válidos; ou
- ter, pelo menos, 40% dos votos com 10 pontos percentuais de vantagem em relação ao 2º colocado.
QUEM É MILEI
Javier Gerardo Milei tem 52 anos, é formado em economia e liderou com 30,4% dos votos a eleição primária de 13 de agosto de 2023 na disputa pela Presidência da Argentina. Ele está à direita no espectro político ideológico, com ideias liberais na economia. Defende fechar o Banco Central do país, acabar com o peso e usar o dólar dos EUA como moeda local.
O candidato concorre à Casa Rosada pela coalizão “La Libertad Avanza” (em português, A Liberdade Avança). Milei se autodefine como “anarcocapitalista” e “libertário” –é contra a interferência do Estado na sociedade e a favor do sistema de livre mercado. Diz que seu programa será uma “motosserra” para cortar gastos públicos. Afirma que o aquecimento global é uma mentira, é a favor da venda de órgãos e defende o sistema de educação não obrigatório e privado.
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