O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta 3ª feira (5.set.2023) que os militares se “apoderaram” do feriado do 7 de Setembro, Dia da Independência do Brasil, e que a data “deixou” de ser uma coisa da sociedade.
“Todo o país do mundo tem na festa da independência uma grande festa. O que aconteceu no Brasil é que como nós tivemos por 23 anos um regime autoritário, a verdade é que os militares se apoderaram do 7 de Setembro. Deixou de ser uma coisa da sociedade como um todo. O que nós estamos querendo fazer agora, com a participação do Exército, da Marinha e da Aeronáutica é voltar a fazer um 7 de Setembro de todos. O 7 de Setembro é do militar, do professor, do médico, do dentista, do advogado, do vendedor de cachorro quente, do pequeno e médio empreendedor individual”, disse Lula.
O governo quer usar a data do 7 de Setembro para apresentar um discurso de pacificação do país, desvincular símbolos nacionais atrelados ao bolsonarismo e fazer um gesto de aproximação às Forças Armadas. Com o slogan “Democracia, soberania e união”, o governo irá usar as cores da bandeira nacional, em especial o verde e o amarelo, na campanha sobre a data comemorativa.
Parte dos militares aderiu ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante seu governo e, agora, Lula tenta aprimorar a relação com a caserna e reduzir a partidarização das forças. Em um evento essencialmente militar, o discurso em defesa da democracia visa justamente minimizar a adesão da categoria ao bolsonarismo, na avaliação do governo.
Segurança
O governo do Distrito Federal determinou a criação de um gabinete de mobilização institucional para o desfile do 7 de Setembro, em Brasília. Segundo o decreto (íntegra – 70 kB), o gabinete terá a “finalidade de promover a ordem pública e social, coordenar as atividades administrativas e acompanhar os eventos” do feriado.
Será composto por órgãos do DF e convidados, como os ministérios da Justiça e o da Defesa, o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), o STF (Supremo Tribunal Federal), a Abin(Agência Brasileira de Inteligência) e o Congresso Nacional.