O Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 28, informa que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, está de férias desde o último dia 22 de dezembro e segue com o descanso até 31 de dezembro deste ano. A ausência do ministro ocorre mesmo diante da pasta ser cobrada para atuar mais firmemente contra ataques violentos realizados por bolsonaristas na capital federal e que vêm crescendo desde a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no dia 12 deste mês.
Naquela data, Brasília teve suas principais vias do centro obstruídas, carros e ônibus queimados e ainda houve tentativa de invasão do prédio da Polícia Federal por bolsonaristas extremistas. No último sábado, a Polícia Civil do Distrito Federal prendeu George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, que montou um explosivo nas proximidades do Aeroporto Internacional de Brasília.
O homem viajou do Pará a Brasília para participar das manifestações em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Com ele, foram apreendidos revólveres, espingardas, fuzil, pistolas, centenas de munições, uniformes camuflados e outras emulsões explosivas. A Polícia já descobriu que pelo menos seis pessoas tiveram participação na tentativa de praticar um ato terrorista na capital federal para tentar provocar "caos" e impedir a posse de Lula.
Diante da inércia ou omissão do atual titular do Ministério da Justiça, o futuro chefe da pasta no governo de Lula, Flávio Dino, tem sido o porta-voz do assunto e articulador de ações na área de segurança com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Nesta quarta, foi autorizado o apoio da Força Nacional à Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas atividades relacionadas à posse presidencial, mas o ato foi assinado pelo ministro substituto da Justiça, Antonio Ramirez Lorenzo.
Na terça, Flávio Dino garantiu que a posse de Lula será mantida "em todas as suas dimensões". "Nós temos toda a tranquilidade de reiterar o convite para que as pessoas participem da posse", disse durante entrevista coletiva de imprensa, ao lado do futuro ministro da Defesa, José Múcio, e do governador Ibaneis. "Não serão pequenos grupos terroristas e extremistas que irão emparedar as instituições", declarou.
Na ocasião, o governador reeleito reiterou o compromisso de Dino. "Estaremos com todo o efetivo da polícia militar de prontidão" na posse, disse Rocha. Sobre os acampamentos bolsonaristas, ele detalhou que a desmobilização está sendo feita pouco a pouco.
Nesta semana, Ibaneis confirmou que Anderson Torres voltará a ser o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal a partir do próximo dia 2 de janeiro. Ele já havia ocupado esse mesmo cargo no primeiro mandato de Ibaneis, de 2019 até março de 2021, quando foi chamado por Bolsonaro para ser ministro da Justiça.
O Diário Oficial desta quarta ainda informa outros períodos em que Anderson Torres também estará de férias: de 9 a 20 de janeiro de 2023 e de 31 de dezembro de 2023 a 17 de janeiro de 2024.