O deputado estadual Ney Leprevost (União Brasil-PR) disse que o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) “atrapalhou bastante” sua campanha à Prefeitura de Curitiba. A chapa do partido tinha a mulher do congressista, Rosângela Moro (União Brasil-PR), como candidata a vice. Eles terminaram o 1º turno em 4º lugar.
“Moro atrapalhou bastante. Não que seja culpa dele o fato de eu não ter vencido, mas ele atrapalhou bastante. E ele é ruim de lidar, de difícil trato, vaidoso”, afirmou Leprevost em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo publicada na noite de 3ª feira (15.out.2024). “Acho que eu comecei a perder a campanha quando cometi o erro de aceitar o pedido do União Brasil nacional de colocar a mulher do Moro de minha vice”, declarou.
Segundo Leprevost, Rosângela Moro “é boa gente” e “uma querida”. O problema, afirmou, foi que Moro “começou a achar que o candidato” era ele.
“A partir do momento que ela virou minha vice, o Moro passou a achar que eu era um fantoche dele, para ficar fazendo a pré-campanha dele de governador. E eu era um candidato para competir de verdade. Aí começou a ter um estresse. Ele começou a plantar por aí que ele estava sendo boicotado na campanha”, disse.
O deputado estadual afirmou que deixou de falar com Moro na reta final da campanha. “Ele queria ficar saindo na propaganda de televisão. Mas eu só tinha 1 minuto e 12 segundos de televisão. Não podia ficar colocando ele o tempo todo. E ele ficou bravo e largou a campanha no final”, declarou.
“E ele agregou muita rejeição à campanha. Porque ele é visto em Curitiba como o carrasco do [presidente Luiz Inácio] Lula [da Silva (PT)] e o traidor do [ex-presidente Jair] Bolsonaro [PL]”, afirmou.
Leprevost disse não ser “inimigo” de Moro, mas que não quer “papo com ele”. O deputado estadual declarou: “Eu não estarei com ele para o governo em 2026. Se ele for o candidato do União Brasil, eu terei que sair do partido”.
A eleição para a Prefeitura de Curitiba será decidida no 2º turno entre Eduardo Pimentel (PSD), 40 anos, e Cristina Graeml (PMB), 54 anos. Pimentel obteve 33,51% dos votos válidos (atribuídos a um candidato, excluindo-se brancos e nulos), enquanto Graeml registrou 31,17%.