O ex-juiz da Lava Jato e atual senador da República, Sergio Moro (União-PR), chamou na 2ª feira (11.set.2023) a Vaza Jato de “armadilha” e negou que a Operação Lava Jato tenha prendido inocentes.
Em entrevista ao programa “Pânico“, Moro foi questionado sobre mensagens trocadas com o então procurador da República, Deltan Dallagnol, hoje deputado cassado, reveladas pelo que ficou conhecido como “Vaza Jato”.
O conteúdo das mensagens, obtidas por meio de hackers, mostrava, entre outros detalhes, que Moro pedia orientações a Dallagnol e que ambos conversaram antecipadamente sobre medidas judiciais adotadas contra acusados.
“Não tem nenhuma armação na Operação Lava Jato, nenhuma combinação de sentença, nenhuma combinação de nada. O que existe, na verdade, é uma narrativa em cima da Lava Jato”, disse Moro.
Na entrevista, o ex-juiz da Operação também justificou o porquê de nunca ter negado a troca de mensagens. “Querem que eu entre em um debate […] para utilizar as mensagens e invalidar vários casos. Não vou entrar nessa armadilha”.
Na mesma entrevista, o senador voltou a criticar a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli que anula as provas obtidas por meio de acordo de leniência com a empreiteira Odebrecht (hoje Novonor).
Muitas das informações obtidas por meio do acordo foram usadas para embasar acusações e condenações resultantes da Operação Lava Jato, determinadas, inclusive, por Moro.
“Na minha opinião a gente fez tudo certinho”, afirmou o senador. “O que está acontecendo é um revisionismo histórico, muitas vezes com deturpação de fatos e do que aconteceu”.
As provas foram anuladas por Toffoli na última 4ª feira (6.set). Em sua decisão, o ministro afirma que a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi uma “armação” e “um dos maiores erros judiciários da história do país”. Eis a íntegra (803 kB).
No entanto, conforme o senador, “nenhum inocente foi preso” durante a Lava Jato. “Eu não consigo achar nenhuma pessoa que me aponte 1 inocente que tenha sido condenado pela Operação. Eu fui um juiz duro, mas aquele momento histórico demandava aquela dureza“, afirmou.