A ex-representante dos Estados Unidos na ONU (Organização das Nações Unidas) Nikki Haley venceu no domingo (3.mar.2024) sua 1ª disputa das primárias republicanas para a eleição presidencial de novembro contra o ex-presidente Donald Trump.
“Não é surpreendente que os republicanos mais próximos da disfunção de Washington rejeitem Donald Trump e todo o seu caos”, disse a porta-voz de Haley, Olivia Perez-Cubas, acrescentando que Haley se tornou a 1ª mulher a vencer uma primária republicana.
Mesmo depois da derrota na Carolina do Sul, seu Estado natal e onde foi governadora, Haley disse que não desistiria da campanha. Segundo ela, os eleitores precisam de uma alternativa a Trump.
Washington D.C. tem apenas cerca de 23.000 republicanos registados. O presidente Joe Biden venceu no distrito em 2020 com 92% dos votos. Nas primárias de domingo (3.mar), Haley conquistou todos os 19 delegados em disputa.
A campanha de Trump emitiu um comunicado ironizando a vitória da rival. “Embora Nikki tenha sido rejeitada no resto dos EUA, ela acabou de ser coroada Rainha do Pântano pelos lobistas e integrantes de D.C. que querem proteger seu status quo fracassado”, escreveu.
Trump saiu vencedor da reunião do Partido Republicano no Estado de Missouri, no sábado (2.mar), para decidir quem será o candidato a presidente.
Na 3ª feira (5.mar), será realizada a Super Tuesday, ou Super 3ª feira (na tradução livre). É o dia mais importante das prévias, com a maior distribuição de votos. Na ocasião, 16 Estados e 1 território votarão.
ENTENDA AS ELEIÇÕES NOS EUA
Nos EUA, antes do pleito oficial, os Estados realizam prévias eleitorais –primárias ou caucus. O objetivo é escolher, dentre os pré-candidatos dos partidos, aquele que representará a legenda no pleito, marcado para 5 de novembro.
Nas prévias, cada Estado organiza sua primária com regras próprias. São 2 modelos. O tradicional, com voto em cédulas, que pode ser aberto, fechado ou livre. Com apenas filiados ou não. Já o caucus é uma reunião do partido. Os eleitores reúnem-se em um espaço para decidir quem será o candidato.
Nos Estados Unidos, o vencedor das eleições não é o candidato com mais votos populares, mas quem conquista a maioria dos delegados de cada Estado. Esses são distribuídos para o candidato mais votado. Nas prévias a lógica é diferente. Os delegados votam proporcionalmente ao número de votos.
A principal data das prévias será em 5 de março, quando eleitores de 16 Estados e 1 território votarão. A data é conhecida como Super Tuesday (Super 3ª feira, em tradução livre). Os territórios de Guam e Ilhas Virgens encerrarão as prévias em 8 de junho.
VOTO NÃO OBRIGATÓRIO
Nos EUA, ninguém é obrigado por lei a votar em qualquer eleição local, estadual ou presidencial. Segundo a Constituição, votar é um direito, mas não é um requisito.
COLÉGIO ELEITORAL
O presidente e o vice-presidente dos EUA são eleitos indiretamente pelo Colégio Eleitoral. Cada Estado tem o mesmo número de delegados que cadeiras no Congresso (Câmara dos Deputados e Senado). São 538 delegados.
Após votar para presidente, o voto é contabilizado ao nível estadual. Em 48 estados e em Washington, D.C. o vencedor recebe todos os votos eleitorais daquele Estado. Maine e Nebraska atribuem seus eleitores usando um sistema proporcional.
Um candidato precisa do voto de pelo menos 270 delegados –mais da metade do total– para vencer a eleição presidencial.
Geralmente, um vencedor projetado é anunciado na noite da eleição em novembro. No entanto, a votação oficial do Colégio Eleitoral é realizada em meados de dezembro, quando os delegados se encontram.
A diplomação do resultado será em 6 de janeiro de 2025. A posse, em 20 de janeiro.