A intensa e longa onda de calor que se instalou sobre o Brasil em setembro provocou um aumento de 4,2% no consumo de energia elétrica nas 2 primeiras semanas do mês na comparação com o mesmo período em 2022. Os dados são da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica).
No mercado regulado, as distribuidoras de energia, que abastecem residências e pequenas empresas, perceberam uma demanda de 41.442 megawatts médios na 1ª metade de setembro. É o consumo mais alto desde março.
Foi o 2º maior avanço de 2023 nesse segmento, só perdendo para o consumo de agosto. Com o calor intenso neste ano, aumenta a utilização de equipamentos de refrigeração, como ar-condicionado, que puxa mais energia.
No início de setembro, o Estado que teve maior aumento no consumo de energia foi o Acre, com uma alta de 19,7% na demanda percebida pela distribuidora. Na sequência aparecem o Rio de Janeiro (alta de 16,8%) e o Amazonas (14,6%).
Gráfico mostra consumo de energia no mercado regulado (distribuidoras) e crescimento comparado com o ano anterior A demanda tende a ser maior com o fechamento do mês, visto que a onda de calor se intensificou no país a partir de 17 de setembro, segundo o MetSul. No período, as temperaturas ultrapassaram 40°C em algumas regiões do país.
O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) estimou um aumento de 5,8% na carga do SIN (Sistema Interligado Nacional) para setembro como um todo, por causa do calor.
As ondas de calor são provocadas quando um sistema de alta pressão atmosférica se instala em uma determinada região e impede a circulação de uma massa de ar quente, que fica ali, parada.
O ar aprisionado, porém, continua sendo aquecido, o que provoca o aumento anormal das temperaturas nas áreas afetadas. No meio urbano, as temperaturas são ainda maiores.
Mais energia solar
Por outro lado, as altas temperaturas de setembro também contribuíram para um aumento expressivo na geração de energia nas fazendas solares, que entregaram 2.657 MW médios para a rede, um avanço de 42,5% no comparativo anual.
Os maiores produtores foram Minas Gerais (1.108 MW médios), Bahia (522 MW médios) e Piauí (277 MW Médios), segundo a CCEE.