BRASÍLIA (Reuters) - O deputado federal reeleito e cotado para assumir o Ministério da Casa Civil no eventual governo de Jair Bolsonaro (PSL), Onyx Lorenzoni (DEM-RS), indicou nesta terça-feira que o presidenciável não deve participar de debates neste segundo turno, devido a complicações das cirurgias por que passou para se recuperar do atentado à faca no início de setembro.
Ao ser perguntado sobre o fato de Bolsonaro ter feito agendas de campanha ao mesmo tempo em que evitava participar de debates, Onyx --um dos coordenadores da campanha do ex-capitão do Exército-- saiu em defesa do candidato e destacou que uma coisa é falar por 20 minutos, outra por duas horas.
"Quer que eu fale em bom português? Um cara colostomizado peida, fede, no meio de um debate político, acha adequado isso?", afirmou a jornalistas na Câmara dos Deputados. "Viu o laudo médico? Já entrou no Google (NASDAQ:GOOGL) pra ver o que é colostomizado? Então olha e pergunta pra ti mesmo se uma pessoa assim pode ir a um debate televisivo", completou.
A facada sofrida por Bolsonaro causou lesões em seus intestinos grosso e delgado e em uma veia abdominal. Ele passou por uma colostomia, procedimento em que uma bolsa externa é atrelada ao intestino do paciente. Posteriormente, o ex-capitão terá de passar por nova cirurgia para reverter a colostomia.
O adversário do presidenciável do PSL, o petista Fernando Haddad, tem criticado duramente Bolsonaro ao avaliar que ele foge dos debates.
Segundo Onyx, Bolsonaro está há três anos e meio expondo suas ideias e propostas Brasil afora, visitando locais onde a imprensa não tem ido. "Conquistou tudo que conquistou, tem que dizer mais o quê?", questionou.
Para o deputado reeleito, a participação em debates televisivos perdeu relevância no país.
"Está todo mundo aqui fazendo uma conversa no sentido de que desumanamente um cidadão que escapou da morte, já fez dois procedimentos cirúrgicos, tem que ir a um debate televisivo que não resolve nada. Acabou! O jeito normal de se fazer política no Brasil, televisão, partido, palanque estadual, dinheiro e debate televisivo, acabou, não resolve mais eleição", avaliou.
Onyx destacou ainda que Bolsonaro tem aparecido rapidamente em eventos e que não deve deixar o Rio de Janeiro até o dia do segundo turno das eleições, no dia 28 de outubro.
(Reportagem de Ricardo Brito)