O papa Francisco, 86 anos, propôs pela 1ª vez a possibilidade de padres católicos abençoarem casais do mesmo sexo. A benção seria feita em circunstâncias específicas, com cada caso avaliado individualmente. Segundo o pontífice, deve-se evitar que a iniciativa seja confundida com cerimônias de casamento tradicionais entre casais heterossexuais.
A declaração de Francisco foi em resposta a 5 cardeais conservadores que haviam apresentado em julho dúvidas sobre diversos temas, incluindo a crescente prática de abençoar casais do mesmo sexo comprometidos em um relacionamento na Alemanha. A resposta do pontífice foi publicada na 2ª feira (2.out.2023) pelo Vaticano. Leia a íntegra do documento (PDF – 4 MB, em espanhol).
“Em nosso relacionamento com as pessoas, não devemos perder a caridade pastoral, que deve permear todas as nossas decisões e atitudes. […] Portanto, a prudência pastoral deve discernir adequadamente se existem formas de bênção, solicitadas por uma ou mais pessoas, que não transmitam um conceito errôneo de matrimônio”, disse o papa.
O pontífice enfatizou, porém, que a Igreja Católica “tem uma concepção muito clara do matrimônio”, e que um casamento só poderia ser realizado “entre um homem e uma mulher”, o que caracteriza um relacionamento “aberto a gerar filhos”. Disse ainda que a instituição deve evitar rituais que contrariem esse “ensinamento”.