O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) classificou a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de condenar o 1º réu pelos atos extremistas do 8 de Janeiro a 17 anos de prisão como um recado para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). De acordo com o congressista, o objetivo da Corte é que seu pai seja condenado como mentor de uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Aécio Lúcio Costa Pereira foi condenado na 5ª feira (14.set.2023) por dano qualificado, deterioração de patrimônio público tombado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e associação criminosa.
“Eles [ministros do STF] querem insistir com a tese de que há um mentor intelectual disso tudo e não há. Simplesmente não. Eles querem dizer que é o Bolsonaro, mas como não tem prova, ficam prendendo para ver se forçam uma delação”, disse Flávio ao Globo.
Segundo o senador, o ex-presidente não teve nenhuma relação com a invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes, pois sequer estava no Brasil. Bolsonaro viajou para os EUA no final de dezembro e passou 3 meses lá.
“Eu tenho certeza que é isso [tentativa de incriminar Bolsonaro]. Mas é mais uma vez à revelia da lei. Como é que alguém vai abolir o Estado democrático de Direito… vai assumir quem a presidência do Brasil [se Bolsonaro estava fora]? Não tem lógica, não tem pé nem cabeça essa tese, mas é o que ele [Moraes] quer, porque ele quer e acabou. É a vontade dele, não é a lei”, acusou Flávio.
O filho mais velho do ex-presidente ainda comparou a pena dada a Pereira com a punição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no caso do tríplex do Guarujá. “A pena de 17 anos é maior do que para estuprador, do que para alguém que matou outra pessoa ou para alguém que roubou o Brasil como o Lula. Então há uma clara desproporcionalidade”, afirmou.
Lula foi condenado, em fevereiro de 2019, a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. 2 meses depois, a pena foi reduzida pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) a 8 anos e 10 meses. Posteriormente, sua condenação foi anulada pelo STF.