Sem explicar o motivo, a Polícia Federal (PF) adiou por duas semanas o interrogatório do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), sobre as acusações que fez no início do ano, afirmando que o Governo Lula teria feito "vista grossa" para os atos de 8 de janeiro. A oitiva, por videoconferência, agora, será realizada na quarta-feira (19 de abril).
Zema também não comentou a ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para que a Polícia Federal o interrogue pela declaração, feita em 16 janeiro, em entrevista à Rádio Gaúcha. "Me parece que houve um erro da direita radical e houve um erro, talvez até proposital, do governo federal, que fez vista grossa para que o pior acontecesse e ele se fizesse posteriormente de vítima", afirmou Zema na ocasião.
Na entrevista, Zema ainda afirmou que qualquer declaração dita antes da conclusão investigações é "achismo", mas que ele poderia "supor" que houve uma omissão por parte dos órgãos de segurança do governo Luís Inácio Lula da Silva (PT), ponderando que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) estava ciente da mobilização e não fez nenhum plano de contingência.
A oitiva foi determinada no bojo de uma ação movida pelo deputado Zeca Dirceu (PT-PR), líder da legenda da Câmara dos Deputados, e Reginaldo Lopes (PT-MG), ex-líder da sigla na Casa.
COM A PALAVRA, O GOVERNADOR
A reportagem do jornal O Estado de S. Paulo entrou em contato diversas vezes, desde a manhã da quarta-feira, com a assessoria de imprensa de Zema, que não se manifestou até finalização deste texto.