A Polícia Militar de Sergipe abordou e prendeu uma mulher de 31 anos em uma festa em Aracaju depois de ela ser erroneamente identificada como foragida pelo sistema de reconhecimento facial da corporação. O caso aconteceu em 4 de novembro.
Thais Santos, uma auxiliar administrativa, participava de um evento em Aracaju quando teria sido confundida pela IA (Inteligência Artificial) utilizada na identificação de pessoas foragidas pela polícia. A 1ª abordagem depois da suposta identificação ocorreu quando 3 agentes à paisana pararam e solicitaram o documento da mulher. Depois de certificar que ela não se tratava da pessoa procurada, ela foi liberada. As informações são do portal Uol.
Ela teria então pedido para ver uma foto da pessoa com a qual foi confundida, mas disse não ter identificado similaridade entre suas aparências. Em um 2º momento, horas depois de ter se identificado à corporação, 4 policiais fardados a abordaram, exigiram que ela fosse algemada e a conduziram para um camburão. Thais disse que o tratamento foi “violento” e “humilhante”.
“Eu já estava chorando de nervosa, informando que eu não tinha feito nada. Um dos policiais dizia que eu sabia o que tinha feito. No mesmo momento, eu urinei nas calças Fui conduzida para o camburão da polícia como uma marginal, como todo mundo ali presenciando todo o constrangimento pelo qual eu estava passando. Nunca fui tão humilhada em minha vida, sem nunca ter feito nada de errado na vida.”, disse ao Uol.
Segundo a SSP-SE (Secretaria de Segurança Pública de Sergipe), Thais foi conduzida à Delegacia de Turismo, “onde foi feita a checagem final e , posteriormente, a liberação”. Ao ser questionada, o órgão disse que o sistema não tem “100% de precisão” e que por isso é necessária uma “verificação minuciosa”.
A Corregedoria da PM instaurou um procedimento para averiguar a ocorrência, mas ao ser questionada, a secretaria não informou quem ou o que estaria sendo investigado. Em nota, a secretaria disse que o Governo de Sergipe e o Comando da PM se desculparam formalmente com a mulher e que irão rever os protocolos para evitar falhas nos próximos eventos com uso de identificação facial.
No mesmo evento em que Thaís foi confundida e hostilizada, 3 pessoas foram localizadas pelo mesmo sistema e presas.
Eis a íntegra da nota enviada pela SSP-SE:
“A tecnologia do reconhecimento facial tem sido utilizada para identificar pessoas com mandados de prisão e restrições com a Justiça. Notadamente, a informação divulgada antecipadamente diminuiu sobremaneira os casos de crimes violentos em toda a área do Pré-Caju. Três pessoas com mandados de prisão foram localizadas e presas nos dois primeiros dias do Pré-Caju.
“Sobre o caso da condução e verificação de uma mulher na tarde deste sábado (04), houve uma grande similaridade apontada pela identificação facial com outra pessoa, que possuía mandado de prisão em aberto. A tecnologia não tem 100% de precisão se realmente é a pessoa apontada no banco de mandados, por isso a necessidade de uma verificação minuciosa.
“Ela foi encaminhada por uma equipe da Polícia Militar para a Delegacia de Turismo, onde foi feita a checagem final e, posteriormente, a liberação. A Corregedoria da Polícia Militar também instaurou procedimento para averiguar a ocorrência. Formalmente, o Governo do Estado de Sergipe e o Comando da Polícia Militar receberam a vítima e pediram desculpas. A PM irá rever os protocolos para evitar falhas nos próximos eventos com uso da identificação facial.”