O secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, classificou como “exemplar” a punição do STF (Supremo Tribunal Federal) dada aos réus do 8 de Janeiro. A declaração foi dada em entrevista ao Correio Braziliense e à TV Brasília, na 3ª feira (19.set.2023).
Para o secretário, “o que aconteceu em 8 de janeiro é inaceitável”. Destacou que “o Brasil é um país livre, democrático, todos podem votar nos seus candidatos livremente. Mas, passadas eleições, é preciso que todos respeitem os resultados das urnas”.
“O STF vem deixando claro que existe uma fronteira, um limite, entre manifestação democrática, que é própria da democracia, e uma tentativa de golpeá-la, estabelecendo um limite claro, analisando aqueles que cometeram dano não só contra o patrimônio, mas ao Estado Democrático de Direito. É uma postura exemplar do STF em defesa da Constituição”, afirmou.
Cappelli avaliou que a invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes, em Brasília, começou antes do dia 8 de janeiro. “Vivemos, durante 4 anos, um processo contínuo de questionamento da autoridade e o papel das instituições democráticas. O STF passou os últimos 4 anos sendo atacado diretamente pela pessoa que ocupava a Presidência da República [o presidente Jair Bolsonaro (PL)]. Isso leva a um clima de desestabilização das relações entre os Poderes”.
“O dia 8 começa no dia seguinte às eleições, com a montagem de acampamentos em frente aos quartéis defendendo golpe de estado, intervenção militar, rasgar a Constituição”, completou.
Leia outros assuntos abordados na entrevista:
- Dino cotado para o STF – disse que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, “reúne um conjunto de qualidades e competências que o colocam em condições de ocupar qualquer posição na República”. E completou: “A gente sempre fica feliz quando é lembrado, porque isso é o reconhecimento ao trabalho e ao desempenho também de todo o ministério”;
- crime organizado – “É um desafio estratégico do ministério e requer, sobretudo, a materialização do Sistema Único de Segurança Pública [SUSP]. (…) Se o crime está cada vez mais organizado, as forças de segurança também precisam estar cada vez mais integradas”.