O Governador do RS (Rio Grande do Sul), Eduardo Leite (PSDB-RS), afirmou nesta 2ª feira (11.set.2023) que ainda é “preciso entender” como será o repasse dos recursos anunciados pelo governo federal ao Estado, depois que cidades gaúchas foram afetadas pelo ciclone extratropical.
Segundo Leite, o montante anunciado pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin, (PSB) no domingo (10.set), não estarão completamente “nas mãos” do Estado para aplicar diretamente na ajuda à população.
“Eu vi na fala dele [Alckmin] que está incluido nesse valor o custo do combustível para helicópteros e veículos das forças armadas, então não é necessariamente recurso que estará nas mãos, aqui”, afirmou o governador em entrevista à Globonews.
Em visita ao Estado no último final de semana, depois de críticas sobre possível omissão do governo federal quanto à tragédia gaúcha, o vice-presidente, que ocupava a cadeira de Lula enquanto este viajava para a Cúpula do G20, anunciou o repasse de R$741 milhões para lidar com o desastre natural.
Eis as especificações da divisão dos recursos, segundo Alckmin:
- 26 milhões de crédito para o Ministério da Defesa, com gastos militares, resgates, aeronaves;
- 80 milhões para o Ministério da Saúde, na reconstrução de UBs (unidades básicas de saúde), restauração de hospitais, reconstrução farmácias, criação de um hospital de campanha;
- 16 milhões para o Ministério dos Transportes, para reconstrução de uma ponte na BR-116, sobre o Rio das Antas;
- 125 milhões para o Ministério do Desenvolvimento Social e o Ministério do Desenvolvimento Agrário para o programa de aquisição de alimentos e demais programas sociais;
- 57 milhões para o Ministério do Desenvolvimento Social e da Previdência;
- 195 milhões para Cidades (moradias);
- 185 milhões Desenvolvimento Regional (reconstrução das cidades).
Em seguida, Leite disse que seu comentário não se tratava de uma crítica ao governo federal, cuja ajuda “é importante”, mas sim um comentário a respeito da divisão do montante. Ele afirma que é necessário “customizar” as políticas públicas de acordo com a necessidade de cada cidade afetada.
A tragédia já acumula 46 mortos e 46 desaparecidos, segundo o última atualização da Defesa Civil do Estado, divulgada nesta 2ª (11), às 7h. Em algumas cidades, principalmente as mais afetadas como Muçum e Roca Sales, o comércio está inviabilizado, uma vez que as fortes chuvas destruíram muitos dos estabelecimentos.
Em ambos municípios, agências de banco também foram destruídas e o governo do RS planeja, até 4ª feira (13.set), entregar à população a instalação de contêineres que funcionem como essas agências para restabelecer os serviços.
Segundo o chefe do executivo gaúcho, o “início [da reconstrução] vai ser caótico”. “Essa semana a gente vai reestabelecendo”, afirmou.