Governistas da Câmara veem como arriscado o movimento do deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA), que articulou a soltura do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), preso por acusação de ser um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco (Psol-RJ). Apesar de comemorarem o fato de a Casa manter o congressista preso, deputados da base de Lula afirmam que a “proteção” de Elmar à Câmara angariou mais apoio na corrida pela presidência da Casa.
A Câmara aprovou a manutenção da prisão de Brazão na 4ª feira (10.abr.2024) por 277 votos a favor e 126 contrários. A vitória do governo deu esperança a governistas para emplacar o deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP) à sucessão de Arthur Lira (PP-AL), mas o Centrão avalia que a votação não alterou em nada o cenário.
A votação que manteve Brazão preso foi o principal assunto da festa de aniversário de Marcos Pereira, em mansão no Lago Sul, bairro nobre de Brasília, realizada na noite de 4ª feira. O evento contou com a presença tanto de políticos de esquerda quanto de direita. O presidente do Republicanos esteve próximo de ministros do governo Lula e do líder do Governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).
Elmar Nascimento, por outro lado, permaneceu mais distante. O deputado conversou com o líder do PL na Casa Baixa, Altineu Côrtes (RJ), que orientou o principal partido de oposição a votar pela soltura de Brazão. Mesmo com a derrota, Elmar acredita que o movimento o fortaleceu perante deputados de partidos do Centrão que estavam indecisos quanto à votação na 4ª feira (10.abr).
A avaliação geral, mesmo com a comemoração dos governistas, é de que o resultado seria diferente se a votação fosse secreta e que Elmar foi “corajoso” de expor sua posição. A leitura na festa ia além, contando os ausentes na votação, os deputados contra a prisão seriam maioria.