Os deputados federais Tarcísio Motta (Psol-RJ) e Fernanda Melchionna (Psol-RS) protocolaram nesta 3ª feira (19.set.2023) um relatório separado na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Americanas (BVMF:AMER3). O documento paralelo ao texto apresentado pelo relator, deputado Carlos Chiodini (MDB-SC), pede a responsabilização do trio de acionistas majoritário da companhia por abuso de poder.
O trio é composto pelos empresários Carlos Alberto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Hermann Telles. Segundo o relatório paralelo, os 3 devem ser responsabilizados por “seu alto poder de influência e controle na gestão da empresa” e que foram os que mais lucraram com a “fraude”. Eis a íntegra do relatório (PDF – 670 kB).
No texto, Motta e Melchionna afirmam que o relatório oficial apresentado por Chiodini desconsiderou as provas coletadas pela CPI, ficando “aquém do esperado”. Os deputados criticam o texto por não apontar nenhum culpado e por suas propostas “insuficientes” para o enfrentamento de fraudes e manipulações contábeis e financeiras.
Apresentado em 4 de setembro, o relatório apresentado por Chiodini declara que a comissão não foi capaz de reunir provas suficientes para indicar um responsável civil ou administrativa pelas inconsistências que levaram ao rombo de R$ 20 bilhões nas contas da empresa.
No documento, o congressista afirma que, desde o começo dos trabalhos na CPI, já existiam elementos que mostravam que o caso em questão não se tratava só de “uma mera desconformidade nos balanços da companhia”, mas que, mesmo assim, o grupo não havia conseguido provas para chegar a um culpado final.
As informações sigilosas recolhidas pelos deputados ao longo da CPI serão enviadas à PF (Polícia Federal) e ao MPF (Ministério Público Federal) para colaborar com as investigações que correm nos 2 órgãos.
Segundo Chiodini, como a própria PF e o MPF não chegaram a uma conclusão sobre as apurações em andamento, qualquer acusação por parte da CPI representaria uma possível violação de direitos.