O presidente do PSB, Carlos Siqueira, disse que a reforma ministerial é uma “novela demorada e de mau gosto” por permitir que partidos de oposição como o PP e Republicanos integrem o governo. O PSB, sigla do vice-presidente Geraldo Alckmin, perdeu Portos e Aeroportos com a realocação de Márcio França para um ministério ainda não criado.
“É uma anomalia do nosso sistema político ter partidos que se empenharem por Bolsonaro, sabendo dos riscos que ele representava para a democracia, integrando o governo”, disse Siqueira ao portal g1.
A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de acomodar um partido do Centrão no Ministério de Portos e Aeroportos provocou insatisfação de dirigentes e políticos do PSB. O petista vai dar a Márcio França o novo Ministério das Micro e Pequenas Empresas, com menos orçamento.
No lugar de França assume o deputado e presidente estadual do Republicanos em Pernambuco, Silvio Costa Filho. Inicialmente, ele estava cotado para substituir a ministra Ana Moser, nos Esportes. Mais tarde, se cogitou colocá-lo no novo Ministério das Micro e Pequenas Empresas. Mas, ao final das negociações, o deputado ficou com Portos.
Nas redes sociais, França alfinetou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, seu adversário político em São Paulo e principal aposta do Republicanos para o cenário político nacional. “Saúdo Lula por trazer para o governo Tarcísio e seu partido para nos apoiar”, escreveu.
Além de Costa Filho, passará a integrar o governo Lula o deputado André Fufuca (PP-MA), que assumirá o Ministério do Esporte. As mudanças oficializam a entrada de 2 partidos da tríade que forma o núcleo do Centrão.
Além de PP e Republicanos, o Centrão tem também o PL, atual partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, principal adversário de Lula. As 3 legendas deram suporte ao governo anterior no Congresso, mas, desde o início de seu 3º mandato, Lula tentou atrair as siglas para sua base de apoio.