O ex-presidente da Argentina Mauricio Macri disse na 3ª feira (3.out.2023) estar confiante na vitória de Patricia Bullrich nas eleições presidenciais de 22 de outubro. Mas, caso vença Javier Milei, Macri afirmou que o “Juntos por el Cambio” (Juntos pela Mudança, em português) –coligação a que ele e a candidata pertencem– deve apoiar medidas que forem razoáveis. As informações são do jornal Clarín.
“Vamos ganhar as eleições. Mas caso isso não aconteça e ele [Milei] vença o pleito, espero que a nossa coligação apoie qualquer reforma razoável no Congresso para que a Argentina deixe para trás este sistema fraudulento em que estamos presos”, declarou em evento com estudantes da universidade de Harvard, nos EUA.
Macri disse que “o maior risco” de Milei caso vença as eleições é ficar isolado. “Alguém isolado não pode mudar as regras”, afirmou. “A Argentina deve ser colocada sob a lei. A Argentina entrou em colapso porque todos os tipos de regras foram abandonadas”, completou, acrescentando esperar o mesmo apoio de Milei se Bullrich for eleita.
Javier Milei liderou com 30,4% dos votos a eleição primária de 13 de agosto de 2023. Está à direita no espectro político ideológico, com ideias liberais na economia. Defende fechar o Banco Central do país, acabar com o peso e usar o dólar dos EUA como moeda local.
Ele se autodefine como “anarcocapitalista” e “libertário” –é contra a interferência do Estado na sociedade, a favor do sistema de livre mercado e afirma querer acabar com um sistema de “castas” que estaria em vigor no país. Diz que seu programa será uma “motosserra” para cortar gastos públicos.
A maioria das pesquisas de opinião mostra Milei liderando a disputa, seguido do ministro da Economia, Sergio Massa, e de Bullrich. Mas um levantamento da Atlas Intel (NASDAQ:INTC), divulgado pelo jornal Perfil em 29 de setembro, indicou Massa com 30,7% das intenções de voto no 1º turno. Milei aparece em 2º lugar na corrida eleitoral, com 27,9% dos votos. Os 2 estão empatados, dentro da margem de erro.
A pesquisa entrevistou de forma on-line 3.778 pessoas de 20 a 10 de setembro de 2023. A margem de erro é de 2 p.p (pontos percentuais) em um intervalo de confiança de 95%.
Patricia Bullrich tem 27,7% das intenções de voto. Juan Schiaretti e Myriam Bregman têm, respectivamente, 4,8% e 2,1% dos votos.
Na Argentina, para ser eleito em 1º turno, o candidato deve:
- receber, ao menos, 45% dos votos válidos; ou
- ter, pelo menos, 40% dos votos com 10 pontos percentuais de vantagem em relação ao 2º colocado.
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