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Sem acordo com governistas, CPI do 8 de Janeiro adia votação

Publicado 26.09.2023, 10:31
© Reuters Sem acordo com governistas, CPI do 8 de Janeiro adia votação

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do 8 de Janeiro adiou nesta 3ª feira (26.set.2023) a votação de novos requerimentos de convocação. A decisão vem em meio a um impasse entre os congressistas da comissão. Uma nova tentativa deve ser feita na 5ª feira (28.set)

Reuniões deliberativas dependem da negociação com o presidente da CPI, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA). Ele tem dito que só marca votações se houver acordo sobre a pauta. Ele defende o equilíbrio na aprovação dos requerimentos para que também sejam incluídos os pedidos da oposição.

A sessão desta 3ª feira (26.set) seria uma exceção, já que os congressistas não chegaram a um acordo nas últimas semanas sobre a pauta. Arthur Maia insiste em tentar votar uma demanda da oposição -e para conseguir a aprovação na comissão, formada em sua maioria por governistas, o deputado adiou a votação.

Congressistas oposicionistas insistem em chamar um dos comandantes da Força Nacional. Os pedidos de oposicionistas miram Ivair Matos Santos, então diretor responsável pela Força Nacional, e Sandro Augusto de Sales Queiroz, então comandante do Batalhão de Pronto Emprego da Força Nacional no 8 de Janeiro.

Já governistas querem 4 nomes:

  • Almir Garnier dos Santos (almirante ex-comandante da Marinha)
  • Filipe Martins (ex-assessor especial de Bolsonaro);
  • Meyer Nigri (empresário e apoiador de Bolsonaro);
  • Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa).

Os governistas também querem pedir acesso aos RIFs (relatórios de inteligência financeira) do ex-chefe do Executivo. Congressistas já apresentaram pedidos para acesso a 2 relatórios do ex-presidente e outros 2 da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Arthur Maia definiu que os requerimentos do governo só serão votados se os da oposição fossem aprovados. O deputado tem defendido que um representante da Força Nacional seja ouvido pela CPI, já que a comissão já realizou depoimentos com representantes da Polícia Militar do Distrito Federal, do Gabinete de Segurança Institucional e do Comando Militar do Planalto.

O deputado Rogério Correia (PT-MG) afirmou que os governistas não têm problema com chamar o comandante da Força Nacional que estava no 8 de Janeiro. Segundo ele, o problema “são os outros requerimentos”.

Entre os pedidos não analisados nesta 3ª feira (26.set) e que podem ser votados na 5ª feira (28.set) está a convocação do almirante Almir Garnier dos Santos –citado na delação premiada do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid.

Segundo reportagens do jornal O Globo e do portal de notícias UOL, a delação de Cid diz que o ex-presidente teve uma reunião em 2022, depois do 2º turno das eleições, com a cúpula das Forças Armadas para discutir uma minuta sobre intervenção militar.

Também segundo a mídia, Cid teria dito que Garnier, então comandante da Marinha, teria concordado com o plano golpista.

A minuta levada para a suposta reunião citada na delação de Cid teria sido apresentada por um advogado constitucionalista e por Felipe Martins.

Segundo Arthur Maia, a sessão de 5ª feira (28.set) deve ser a última deliberativa da comissão.

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