Sete pré-candidatos republicanos à Presidência dos EUA realizaram na 4ª feira (27.set.2023), na Califórnia, o 2º debate do partido às eleições primárias. A discussão foi marcada por ataques mútuos e pelas reticências em abordar temas considerados importantes no país, como imigração e aborto.
Ausente, o ex-presidente Donald Trump foi alvo de críticas de seus adversários. As informações são da Fox News, emissora que organizou o debate.
Estiveram presentes:
- Doug Burgum, governador de Dakota do Norte;
- Chris Christie, ex-governador de Nova Jersey;
- Ron DeSantis, governador da Flórida;
- Nikki Haley, ex-Governadora da Carolina do Sul;
- Mike Pence, ex-vice-presidente;
- Vivek Ramaswamy, empresário; e
- Tim Scott, senador da Carolina do Sul.
Segundo o projeto Five Thirty Eight, que reúne pesquisas eleitorais, Trump é o favorito para vencer as primárias republicanas. Em levantamento divulgado nesta semana, ele aparece com 53% contra 14% de DeSantis.
“As pesquisas não elegem presidentes, os eleitores elegem presidentes”, disse DeSantis. “Ele [Trump] deveria estar neste palco”, continuou o governador da Flórida. “Ele deve a você [eleitor] a defesa de seu histórico”, completou, em referências aos processos que o ex-presidente responde na justiça norte-americana.
O ex-governador de Nova Jersey, Chris Christie, chamou o ex-presidente de “Pato Donald” e disse que ele “se esconde atrás de seus tacos de golfe”. Segundo o republicano, Trump “não apenas dividiu” o partido como “dividiu famílias em todo o país”.
DeSantis disse que, assim como Trump, o atual presidente dos EUA, Joe Biden, está “completamente ausente de ação”. O pré-candidato culpou Biden pela inflação e pela greve dos trabalhadores da indústria automobilística.
Ramaswamy foi criticado por suas políticas, declarações anteriores e abordagem política. Respondeu dizendo querer “unir o movimento conservador” e que “esse é o 1º passo para unir” os EUA. “Acho que será necessário alguém de uma geração diferente para alcançar a próxima geração”, afirmou.
“Meu objetivo, neste momento, não é derrubar ninguém do palco, não estou concorrendo contra nenhuma dessas pessoas [os demais pré-candidatos]. Estou concorrendo por este país”, disse.
O filho de imigrantes indianos, 38 anos, é o candidato mais jovem a concorrer à indicação republicana. O ex-CEO da biofarmacêutica Roivant Science já disse que, como presidente, demitiria 75% dos funcionários federais e aboliria agências governamentais. Ele afirmou que “a agenda da mudança climática” é uma “farsa” e que as políticas de ações afirmativas nas faculdades e empresas norte-americanas são “um câncer em nossa alma nacional”. Ele nunca ocupou um cargo eletivo.
IMIGRAÇÃO E POPULAÇÃO LATINA
Sem dar muitos detalhes, os candidatos prometeram adotar uma abordagem vigorosa em relação à imigração. Eles criticaram a gestão de Joe Biden por não ter conseguido conter a crise migratória que vive atualmente os EUA, com recorde de migrantes tentando cruzar as fronteiras de forma irregular.Pence foi questionado sobre como ele alcançaria os eleitores latinos que sentiam que o Partido Republicano era hostil ou não se importava com eles. Respondeu citando as baixas taxas de desemprego registradas nessa fatia da população durante a gestão Trump-Pence.
Scott abordou o tema afirmando ser importante liderar pelo exemplo. O senador disse que sua chefe de gabinete é a única mulher de origem latina a ocupar esse cargo no Senado. “Eu a contratei porque ela era a melhor e mais qualificada pessoa que temos”, declarou.
DeSantis prometeu mobilizar os militares dos EUA contra os cartéis mexicanos. Ramaswamy disse que tentaria revogar a cidadania por nascença para os filhos daqueles que entraram ilegalmente no país.
ABORTO
Os pré-candidatos republicanos evitaram falar do assunto. Quase no fim do debate, DeSantis defendeu sua decisão de sancionar, em abril, um projeto de lei para reduzir de 15 para 6 semanas de gestação o limite para fazer um aborto na Flórida.Ele disse não achar que a medida possa diminuir suas chances de chegar à Casa Branca. O governador citou ter “sucesso” em partes tradicionalmente liberais da Florida.
Christie foi por um caminho semelhante. Afirmou que os seus 2 mandatos como governador de Nova Jersey, um Estado tradicionalmente democrata, mostraram ser possível que os políticos anti-aborto vencessem em um ambiente mais favorável a liberação da prática.