O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Roberto Barroso, afirmou nesta 2ª feira (22.abr.2024) que a Corte teve de assumir o “front” contra o extremismo nos últimos anos. O ministro deu a declaração em evento promovido pelo Instituto FHC em São Paulo.
“Nós lidamos com um quadro muito complicado em que o Supremo teve que assumir um pouco o front desse embate com o extremismo”, disse Barroso.
O presidente do STF afirmou que o Brasil viveu “situações inusitadas” que exigiram uma “reação institucional” da Corte. O ministro mencionou os episódios envolvendo o ex-deputado Roberto Jefferson, que atirou contra policiais federais, e da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que correu atrás de um homem negro e apontou uma arma para ele.
Barroso também mencionou o caso do ex-deputado Daniel Silveira, condenado a 8 anos de prisão por ofender ministros do Supremo. Barroso afirmou que quem defende a conduta de Silveira “deveria ser obrigado a convocar toda a família” para assistir o vídeo em que o ex-deputado xinga os magistrados.
Segundo Barroso, o “protagonismo” e a “visibilidade” do STF se dão por conta do arranjo constitucional brasileiro que permite que a Corte decida sobre temas diversos e de grande impacto na sociedade. O ministro afirmou ainda que as críticas ao trabalho da Corte são comuns, mas que não podem ter “ímpeto destrutivo”.
“O Supremo tem votos diferentes e não é um espaço de consenso. O Supremo é passível de críticas, mas criticar uma instituição é diferente de ter um ímpeto destrutivo”, declarou.
O presidente do STF também disse respeitar a atuação do ministro Alexandre de Moraes diante das ofensivas contra a Corte. Segundo ele, Moraes enfrentou “desgastes pessoais” e tem um papel importante no momento político brasileiro.