O governador eleito de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou nesta quinta-feira, 24, que a nova administração do Estado vai unificar a pasta de Infraestrutura e Meio Ambiente com a de Logística e Transporte. Segundo ele, os nomes que vão chefiar esta secretaria e a Casa Civil serão anunciados nesta sexta, 25, e não possuem filiação político-partidária.
"(As duas secretarias) Têm sinergia. Você tinha na estrutura de transporte basicamente o DER (Departamento de Estradas de Rodagem), a questão das balsas e também o Porto de São Sebastião. A gente vai reorganizar em subsecretarias adequadas as várias atividades da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente", afirmou a jornalistas. Somadas, as duas pastas têm orçamento estimado de R$ 13 bilhões para 2023.
"Amanhã vou anunciar dois secretários", disse, sobre os chefes da nova "supersecretaria" e da Casa Civil. "Nenhum dos dois tem partido."
Tarcísio já havia prometido blindar as pastas ligadas ao setor de infraestrutura em São Paulo com nomes de sua confiança. Entre os cotados estão Rafael Benini e Arthur Lima. Ambos ocuparam posições de direção na Empresa de Planejamento e Logística.
A decisão desalojaria da secretaria de Logística e Transporte o grupo político ligado ao vereador Milton Leite (União Brasil). Aliado histórico do PSDB paulista, que comandou o Palácio dos Bandeirantes por 28 anos, Leite é o principal dirigente do União Brasil em São Paulo e exerce forte influência no setor de transporte na capital e no Estado.
Já na Casa Civil, o anúncio de que o nome escolhido não tem relação com partidos políticos praticamente descarta a possibilidade de o presidente do PSD, Gilberto Kassab, um dos cotados para o cargo, assumir a pasta.
Em 2018, Kassab foi escolhido pelo ex-governador João Doria para a pasta, mas pediu licença do cargo antes mesmo do início da gestão. A decisão foi tomada, após o ex-prefeito se tornar alvo de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal, relacionada a uma delação do grupo J&F.
Transição
Tarcísio passou o dia no prédio do governo do Estado localizado no Centro Histórico da capital em reunião com aliados. Entre os presentes, esteve o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Carlão Pignatari (PSDB).
"Tivemos uma reunião importante com o presidente da Assembleia Legislativa sobre ajuste orçamentário. Hoje discutimos adequação a outras políticas públicas que a gente está fazendo. Esses impactos estão sendo avaliados", disse.
Tarcísio ainda recebeu o deputado federal Gilberto Nascimento (PSC-SP) e o vereador de São Paulo Gilberto Nascimento Jr. (PSC), um dos representantes evangélicos que compõem o eixo de desenvolvimento social da transição.
Outro integrante nomeado pelo governo de transição, o deputado federal Capitão Derrite (PL-SP) também esteve no local. Ele é um dos cotados para assumir a pasta da Segurança Pública. Como a reunião se estendeu ao longo da tarde, Tarcísio assistiu ao primeiro jogo do Brasil da Copa do Mundo ao lado de Derrite no Edifício Cidade I.
Questionado sobre a participação de partidos políticos que compuseram sua coligação mas ainda não foram representados na equipe de transição, Tarcísio defendeu que novos nomes poderão compor os eixos temáticos. "A primeira relação que nós divulgamos tem nomes que participaram da montagem do plano. Eventualmente se o partido quer fazer uma adição, quer colocar outra pessoa, ou não está contemplado e quer oferecer alguém que possa ajudar nesse período, será bem-vindo", completou.
Como mostrou o Estadão, legendas como o próprio PSDB e o União Brasil não se viram representadas nas primeiras discussões da transição.
O governador eleito também informou que os eixos temáticos anunciados começam a se reunir com a equipe de governo a partir da próxima terça-feira.